A
Justiça do Distrito Federal decretou a prisão temporária de seis professores e
cinco servidores da área de educação convocados em janeiro pelo Governo do
Distrito Federal, depois de serem aprovados em concurso público promovido em
2016 pelo Cebraspe. Esta é a terceira etapa da Operação Panoptes, denominada
Magister, deflagrada na manhã (28/03), que apura fraude em seleções para cargos
na administração pública.
Além
do cumprimento de 11 mandados de prisão, os policiais civis vão executar 12 de
busca e apreensão. A investigação está a cargo da Divisão de Combate ao Crime
Organizado (Draco) da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, contra a
Administração Pública e contra a Ordem Tributária (CECOR) da Polícia Civil. A
suspeita é de que os alvos tenham comprado, por meio de pagamentos à
organização criminosa que seria liderada por Hélio Garcia Ortiz, o gabarito das
provas do concurso da Secretaria de Educação, concluído em 2016.
Segundo
a investigação, os suspeitos foram aprovados nas primeiras colocações do
concurso graças ao pagamento à Máfia de Ortiz. Pela participação no esquema,
ingressaram na rede pública de ensino do DF e vão dar aulas para estudantes de
várias faixas etárias.
Para
comprar a vaga, os suspeitos contaram com um agente infiltrado no Cebraspe,
Ricardo Silva do Nascimento, ex-funcionário da entidade, que preenchia as
provas com o gabarito correto dentro da banca examinadora.
Como
nas etapas anteriores da Operação Panoptes, a Magister foi autorizada pela Vara
Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras.
MEMÓRIA
As
investigações sobre a Máfia dos Concursos tiveram início com a Operação
Galileu, deflagrada em 2005, pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado (DECO),
que já apontava a participação e liderança de Hélio Ortiz. No ano passado, uma
investigação da Polícia Civil detectou que, 12 anos depois, Ortiz continuava
ativo e atuando em fraudes em concursos no DF e em outras unidades da
federação. Foi deflagrada, assim, a Operação Panoptes, que está hoje na
terceira fase.
Desde
2005, esta é a primeira vez que os beneficiários da fraude, que pagaram para
obter uma vaga em concurso, são presos. Isso ocorreu também na Operação
Galileu. Eles foram denunciados ao lado dos operadores do esquema, mas a
legislação da época não previa a tipicidade penal para enquadrar quem paga para
quem paga para entrar no serviço público por meio de fraude. Hoje isso já é
possível.
Na
operação Panoptes, tudo começou com uma tentativa de fraude no concurso do
Corpo de Bombeiros do DF. A Policia Civil descobriu o modus operandi da
organização criminosa. Os investigadores apontaram evidências de que Ortiz e
seu grupo fraudaram vários concursos do DF e de órgãos públicos vinculados à
administração federal, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de vestibulares,
principalmente para o curso de medicina.
(Correio Brasiliense)
Quarta-feira,
28 de março, 2018 ás 8:00
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