Reajuste do salário mínimo
Em
um de seus primeiros atos como presidente da República, Jair Bolsonaro assinou
decreto em que estabelece que o salário mínimo passará de 954 reais para 998
reais este ano. Embora seja o primeiro aumento real em três anos, o valor ficou
abaixo da estimativa que constava do orçamento da União, de 1.006 reais.
Estrutura de governo
A
Medida Provisória 870 define toda estrutura do governo Bolsonaro. O texto
confirma a estrutura de governo anunciada ainda na transição, com 22 ministros
de Estado. Um decreto complementar distribui as entidades da administração
indireta, como autarquias e fundações, aos ministérios a que estão vinculados.
Novas funções
Entre
as novidades, a MP 870 cria cargos de articulação política do Palácio do
Planalto com o Congresso Nacional. Eles devem ser ocupados por deputados
aliados do presidente que não se reelegeram nas últimas eleições.
De fora
Dois
importantes conselhos ligados à Presidência da República foram extintos: o de
Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, e o de Segurança Alimentar e
Nutricional (Consea). O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) também ficou sem
funções práticas no novo governo.
Agricultura turbinada
A
responsabilidade de realizar a reforma agrária e demarcar e regularizar terras
indígenas e áreas remanescentes dos quilombos passou a ser do Ministério da
Agricultura, de controle ruralista. Com a mudança, ficam esvaziados a Fundação
Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra).
Caça às bruxas
Na
Casa Civil, foram exonerados e dispensados cerca de 320 servidores vinculados à
pasta. Segundo o ministro Onyx Lorenzoni, que chefia pasta, a medida visa
acabar com resquícios da gestão PT, que acabou em 2016 — ou, em suas palavras
“despetizar” o governo. Ele também sugeriu a iniciativa a seus colegas de
Esplanada.
Demissão de servidores
Um
decreto exonera, a partir do dia 30 de janeiro, servidores comissionados dos
ministérios da Fazenda, do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; da
Indústria, Comércio Exterior e do Trabalho — pastas que foram extintas para
formar o todo-poderoso Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes.
Torneira fechada
Pouco
tempo depois de assumir a caneta do Ministério dos Direitos Humanos, Damares
Alves suspendeu um contrato de 44,9 milhões de reais assinado pela Funai, que
agora está sob sua responsabilidade. Chamou a atenção da ministra a “vultosa”
quantia de dinheiro envolvida.
Ensino militar
Ao
definir a estrutura do Ministério da Educação, o governo determinou que caberá
à pasta promover o modelo de escolas “cívico-militares” nos sistemas de ensino
municipais. Falta definir como a ideia irá funcionar na prática.
Sem diversidade
A
Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão) foi extinta no MEC. Em seu lugar, entra a Secretaria de Modalidades
Especializadas, que terá diretorias voltadas para pessoas com deficiência,
indígenas e quilombolas. Mas a coordenação de ações voltadas à diversidade
sociocultural não terá espaço na nova estrutura da pasta.
Polêmica
A
ausência da sigla LGBT entre as atribuições do Ministério da Mulher, da Família
e dos Direitos Humanos causou revolta — o texto fala em “minorias sociais”. Mas
a formulação de políticas específicas para este público é descrita em decreto
próprio para detalhar o funcionamento da pasta — algo que ainda não foi editado
pelo governo — e não na MP que define sua estrutura.
A conferir
O
ministro Osmar Terra (Cidadania) prometeu criar um 13º salário para os
beneficiários do Bolsa Família. Falta definir de onde virá o dinheiro.
Em
sua posse, Paulo Guedes afirmou que a reforma da Previdência, as privatizações
e a redução de impostos são prioridades do novo governo.
O
secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou que o Refis,
programa de renegociação de dívidas tributárias, deve deixar de existir.
Ele
também disse que o governo estuda aumentar a alíquota do IR para rendas mais
altas. Já a ampliação da faixa de isenção dependa do ajuste fiscal.
Luiz
Henrique Mandetta (Saúde) disse que pretende abrir os postos de saúde para
atendimento à noite, em um terceiro turno de funcionamento.
O
ministro Sergio Moro (Justiça) prometeu medidas mais duras contra a corrupção e
o crime organizado, incluindo operações policiais disfarçadas e progressão de
regime mais restrita.
Bolsonaro
pretende assinar um decreto que permitirá ao Banco Central autorizar
diretamente a entrada de capital estrangeiro em instituições financeiras no
país. (VEJA)
Sexta-feira,
04 de janeiro, 2019 ás 12:00
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