Esta
semana será de mudanças na legislação com a edição de um decreto e uma medida
provisória (MP), ambos aguardando aprovação do presidente Jair Bolsonaro. Uma
delas flexibilizará a posse de armas de fogo no país. A outra combaterá fraudes
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As
duas propostas passaram os últimos dias em fase de ajustes finais pela equipe
técnica do governo e chegarão à mesa de Bolsonaro esta semana.
Facilitar
o acesso do cidadão à arma de fogo foi uma das principais propostas de
Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Em menos de um mês de governo, ele
cumprirá sua promessa e vai desburocratizar a posse desse tipo de arma.
Licença
A
MP deve tirar do delegado da Polícia Federal (PF) a decisão de conceder ou não
a licença apenas com base na justificativa do solicitante. “[Atualmente,] se o
delegado não for com a sua cara, ele pode dizer não porque esse requisito da
necessidade comprovada é subjetivo, depende do arbítrio do delegado. Com o
decreto, isso desaparece”, disse o deputado Alberto Fraga.
Na
semana passada, Fraga foi chamado por Bolsonaro para tratar do assunto, uma vez
que relata na Câmara um projeto de flexibilização do Estatuto do Desarmamento.
Segundo
o deputado, ainda será necessário embasar o pedido de posse de arma, mas a
justificativa não poderá ser usada como fundamento para uma negativa. Conforme
o parlamentar, serão exigidos que o cidadão não tenha antecedentes criminais e
a aprovação em teste de aptidão psicológica.
O
decreto deverá aumentar para dez anos o prazo para renovação do registro de
arma de fogo, além de conceder uma espécie de anistia para armas sem registro
ou com o registro vencido. Será concedido um prazo para o cadastro dessas armas
na Polícia Federal, desde que não tenham sido usadas para cometer crimes.
Fraudes
Bolsonaro
também está prestes a assinar uma MP que visa a diminuir de R$ 17 bilhões a R$
20 bilhões as perdas na seguridade social até dezembro. O secretário especial
da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, esteve reunido com os ministros da
Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na semana passada,
para tratar do texto que promete fechar o cerco às fraudes em benefícios
previdenciários.
“[O
presidente] assinando, passa a ser do conhecimento público e a gente vai poder
explicar em detalhes o que pretende nesse projeto, que combate a fraude,
aperfeiçoa os mecanismos de validação de benefício em todo o país e atende a
uma preocupação da sociedade como um todo”, disse na ocasião.
Conforme
o secretário, a MP também vai trazer “segurança jurídica” para o INSS. “Estamos
prevendo algumas alterações na legislação que vão dar uma segurança jurídica ao
próprio trabalho do INSS. Ao longo dos últimos anos, várias ações feitas pelo
INSS para aperfeiçoar o sistema esbarraram na falta de fundamentação legal.
Essas dificuldades que foram identificadas estão sendo corrigidas”.
De
acordo com ele, existem mais de 2 milhões de benefícios que devem ser auditados
pela Receita Federal. São benefícios que têm indícios de ilicitude e devem
passar por um mutirão de investigação. “Há relatórios de ações anteriores,
inclusive convalidados pelo TCU [Tribunal de Contas da União], que demonstram
uma incidência de 16% a 30% de fraudes nesse tipo de benefício”. (ABr)
Segunda-feira,
14 de janeiro, 2019 ás 7:00
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