Grupos
de WhatsApp e feiras de troca ajudam mães, pais e responsáveis a economizar na
compra do material escolar. Com itens cada vez mais caros, famílias recorrem a
ajuda de outros pais para completar a lista.
A
comerciante Kátia Rodrigues, 53 anos, criou quatro grupos no WhatsApp, dois
para compra e venda de livros, um para uniformes escolares e um para compra de
materiais de papelaria.
A
poucos dias para o início das aulas, ela finaliza as compras: “Estou indo agora
na papelaria, onde conseguimos desconto, e depois vou à casa de uma mãe, para
buscar o uniforme que comprei”, disse.
Com
três filhos, Guilherme, 22 anos, Giovanna, 15 anos e Felipe, 14 anos, Kátia faz
um malabarismo anual para economizar no material escolar. Hoje Felipe já está
na faculdade, mas as reuniões com outros pais começaram quando mais velho ainda
estava na escola.
Além
dos grupos no WhatsApp, ela já organizou duas feiras de troca em Brasília. “As
pessoas levavam cangas e colocavam os materiais ali”.
Neste
ano, ela reuniu um grupo de pais e conquistou para o coletivo um desconto de 6%
em uma das papelarias da cidade. “Essa organização gera uma economia para os
pais. Além disso, tem a questão do impacto ecológico. Os livros e as roupas são
adequadamente reutilizados. Para o meio ambiente é ótimo”, afirmou.
Economia
A
engenheira Nandeir Viana, 49 anos, também é uma das integrantes de grupos de
trocas no WhatsApp. Este ano, ela arrecadou R$ 675 com livros usados pelas
filhas em anos anteriores. Dinheiro que ajudou a pagar os quase R$ 5 mil que
gastou com os livros didáticos das duas filhas, Aline, 11 anos, e Amanda, 14
anos, para este ano.
Nadeir
conta que doou, vendeu e trocou livros em grupos e feiras. “Tem livro que
comecei vendendo por R$ 60, depois passou para R$ 50. Agora já estou aceitando
R$ 10. Vendi muito livro paradidático no troca-troca. O preço padrão nos grupos
é de R$ 20, mas a gente faz descontos, vende três por R$ 50”, explicou.
“É
interessante porque está todo mundo nessa situação. A gente vende barato para
comprar barato na ideia de que a mercadoria se propague. Não faz sentido ficar
com livro em casa quando ele já foi usado. Passa para outra pessoa”, afirmou.
Reajustes
De
acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos
Escolares (Abfiae), em geral, o material escolar está 8% mais caro que no ano
passado. Esse aumento é puxado principalmente por artigos importados como
mochilas e estojos, que estão, em média, 10% mais caros. Cadernos e outros
produtos de papel, aumentaram entre 6% e 8%.
Segundo
o presidente da Abfiae, Sidnei Bergamaschi, os aumentos se deram principalmente
pela variação do dólar e pela alta no preço da matéria-prima do papel.
“Uma
dica importante é estar atento à qualidade do material. Muitos produtos, muitas
categorias possuem certificação obrigatória do Inmetro [Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia]. O material tem que durar todo o ano. No
início do ano, um produto pode parecer mais caro que outro, mas vai durar o ano
inteiro, sem precisar comprar um novo”, opinou.
Direito do Consumidor
O
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) preparou uma lista de dez
dicas para economizar na volta às aulas.
Segundo
o Idec, os responsáveis devem avaliar a lista de materiais escolares com
cuidado. Muitos itens utilizados em anos anteriores, como estojo, régua,
tesoura, mochila, podem ser reaproveitados. Além disso, por lei, as escolas não
podem solicitar produtos de uso coletivo, como os de higiene, limpeza, copos e
talheres descartáveis, grandes quantidades de papel, grampos, pastas
classificadoras, entre outros exemplos.
“O
custo de material de uso coletivo deve ser considerado no cálculo do valor das
anuidades escolares e não pode ser repassado aos alunos nas listas de
materiais, porque já compõe o preço da mensalidade”, diz o Idec.
O
Idec recomenda também fazer pesquisa de preços em pelo menos três locais e
evitar personagens infantis, pois esses itens são mais caros e, além disso,
podem distrair a atenção da criança na aula.
Na
hora de pagar, é importante exigir a nota fiscal com discriminação do produto
adquirido: sua marca e preço individual e total. O preço praticado no cartão de
crédito deve ser igual ao cobrado à vista.
(ABr)
Segunda-feira,
21 de janeiro, 2019 ás 00:05
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