Dados
preliminares do ano passado divulgados hoje (14) pelo Ministério da Saúde
indicam que, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.751 (49%) não atingiram a meta
de cobertura vacinal contra o sarampo, que deve ser igual ou maior que 95%. Os
dados são ainda mais preocupantes nos estados que registram surto da doença –
no Pará, 83,3% dos municípios não atingiram a meta; em Roraima, o índice é
73,3% e, no Amazonas, 50%.
Segundo
nota divulgada pela pasta, a baixa cobertura vacinal e a necessidade de ampliar
a imunização contra doenças que já haviam sido eliminadas ou erradicadas, mas
que voltaram a circular no país, levaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, a propor um novo pacto sobre vacinação. A proposta foi feita nesta
quinta-feira em reunião da Comissão Intergestores Tripartite, que conta com
representantes das secretarias estaduais e municipais de Saúde, além do governo
federal.
“Nós
vamos ter que refazer o pacto sobre vacina neste país. O índice de vacinação
está perigosamente baixo. Alguns estados dizem que está muito bom, mas enquanto
todos os estados não estiverem com níveis elevados de vacinação, os caminhos
estarão abertos para a disseminação do vírus”, alertou Mandetta durante o
encontro.
Números
Os
dados mais atualizados do Ministério da Saúde sobre sarampo são do dia 28 de
janeiro e contam com informações repassadas pelas secretarias estaduais de
Saúde. Atualmente, três estados apresentam transmissão do vírus: Amazonas, com
9.803 casos confirmados; Roraima, com 355; e Pará, com 62.
De
fevereiro de 2018 a 21 de janeiro deste ano, foram confirmados 10.302 casos da
doença no Brasil. Permanecem em investigação 50 casos nos estados de Roraima,
do Amazonas e do Pará, sendo 33 notificados pelos estados em janeiro e início
de fevereiro deste ano.
“Os
estados e municípios estão investigando os casos e aguardam resultado dos
exames laboratoriais para melhor entendimento do cenário de 2019”, informou o
ministério.
Certificado
Durante
o encontro com representantes das secretarias estaduais e municipais de Saúde,
Mandetta demonstrou preocupação com a possibilidade de perda do certificado de
eliminação de sarampo, concedido ao Brasil pela Organização Pan-Americana da
Saúde em 2016.
“Com
o baixo índice de vacinação e a reentrada do sarampo no Brasil, há o risco de
perdermos o certificado de área livre da doença. Se o Brasil perde, as Américas
perdem. Se as Américas perdem, uma pessoa não pode chegar, nem sair do
continente sem a comprovação de vacina. Tem implicações muito grandes para
todos os ambientes de negócios, para todas a instâncias turísticas, o que
significa, em um mundo globalizado, restrições por questão sanitária”, disse. (ABr)
Sexta-feira,
15 de fevereiro, 2019 ás 00:05
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