O ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, disse à reportagem na quarta-feira (27/02) que analisa a criação de
uma proposta nos moldes de uma carreira de Estado para substituir o modelo
atual do Mais Médicos, programa usado para levar profissionais ao interior do
país.
“Estamos
começando a ver como isso pode ser colocado no ordenamento jurídico”, disse.
Equipes da pasta, porém, ainda estudam o formato de aplicação do novo modelo.
“Não queremos uma carreira estática, porque a pessoa não se motiva. Queremos
ver um caminho que seja desafiador ao profissional”, completa.
Ainda
segundo o ministro, a ideia é que a medida valha apenas para municípios com
maior fragilidade e dificuldade em fixar médicos.
“Vamos
fazer isso em um caminho na atenção básica onde a União reconhece fragilidade
do município. Queremos que o município consiga assumir a sua gestão, e não
ficar na dependência do Estado.”
Mais
cedo, o ministro já havia sinalizado que pretende enviar ao Congresso propostas
de mudanças no programa Mais Médicos ainda neste semestre. A previsão é que uma
primeira versão das propostas seja finalizada em abril.
“Como
esse programa é baseado em lei, qualquer alteração tem que ser feita via
legislação. Estamos aguardando para ver o melhor formato, se projeto ou medida
provisória”, afirmou após evento na Câmara dos Deputados.
Segundo
Mandetta, as mudanças devem ter como princípios uma “seleção por prova e
mérito”. Para ele, o critério atual de seleção de médicos para o Mais Médicos,
que prevê apenas a inscrição dos médicos interessados em ocupar as vagas, é
“pouco claro”. “É muito mais político do que técnico. Queremos dar
tecnicidade.”
Renovação de contratos
Ao
mesmo tempo em que analisa mudanças no programa, o Ministério da Saúde anunciou
nesta quarta a possibilidade de renovação do contrato de 352 médicos que atuam
no programa Mais Médicos em áreas consideradas como de maior vulnerabilidade,
como municípios em extrema pobreza e distritos sanitários indígenas.
Até
então, a previsão era que esses profissionais encerrassem as atividades até o
fim deste mês. O edital que dá abertura à renovação das vagas foi publicado no
Diário Oficial da União.
Segundo
a pasta, outras 347 vagas localizadas em áreas próximas a capitais e regiões
metropolitanas também estão ocupadas por profissionais que devem ter contratos
encerrados em breve, mas não entraram no edital para serem renovadas -o que
indica uma possível redução de vagas no programa.
Em
nota, a pasta informa que médicos que não estiveram aptos à renovação “poderão
participar das próximas etapas do programa, que no momento está sendo
reformulado”. (FolhaPress)
Quinta-feira,
28 de fevereiro, 2019 ás 08:03
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