Oito
ex-executivos da empreiteira OAS delataram o pagamento de R$ 125 milhões em
propinas e repasses de caixa dois a pelo menos 21 políticos de oito partidos. A
verba foi distribuída entre 2010 e 2014, segundo os então funcionários que
atuavam na “Controladoria de Projetos Estruturados”, o departamento clandestino
da empreiteira. As informações são do jornal O Globo. Entre os políticos
constam os nomes do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do senador
José Serra (PSDB-SP), do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), do ex-prefeito Eduardo
Paes e do ex-governador Sérgio Cabral.
O
relatório de 73 páginas de delação dos ex-executivos foi homologado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) em março do ano passado e era mantido até agora
em sigilo. Foram, ao todo, 217 depoimentos. É a primeira vez que integrantes da
OAS explicam como funcionava o sistema de propinas da empreiteira.
Além
dos nomes dos políticos, os funcionários do setor revelaram as campanhas
financiadas irregularmente, as obras superfaturadas para alimentar o caixa
clandestino da empreiteira e o método de funcionamento do esquema.
A
lista de beneficiários elencada pelos delatores reúne alguns dos mais
proeminentes políticos do país no período. Entre os acusados de receber propina
estão o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de
Contas da União (TCU), além do ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG), do
ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do ex-ministro Edison Lobão (MDB-MA).
Vários outros teriam recebido caixa dois, entre eles o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), o senador José Serra (PSDB-SP), o deputado Aécio Neves
(PSDB-MG), o ex-prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral.
Segundo
informações d’O Globo, há ainda uma longa lista de burocratas de estatais,
integrantes de fundos de pensão, empresários e doleiros que também são citados
como beneficiários de dinheiro do setor.
O
esquema ilegal da construtora envolvia o superfaturamento de obras
emblemáticas, como estádios da Copa de 2014, a transposição do Rio São
Francisco, o Porto Maravilha, no Rio, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste.
Também estão na lista reforma do Aeroporto de Guarulhos (São Paulo), o prédio
da Petrobras em Salvador (Bahia), além de empreendimentos no exterior. Uma
parte desses recursos extras seria posteriormente repassada aos políticos.
De
acordo com a delação, a OAS assinava contratos frios com empresas de fachada,
no Brasil e no exterior, para esquentar o dinheiro. Um dos principais
operadores desse caixa era Alberto Youssef, doleiro preso pela Operação Lava
Jato, que fechou delação em 2014 e começou a revelar a extensão das relações
criminosas da empreiteira com o universo político.
No
relatório enviado ao Supremo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
pede o envio de depoimentos da delação dos ex-executivos para até nove estados
onde a Justiça de primeira instância investiga políticos que receberam dinheiro
sujo da OAS. Dodge também solicita que as acusações dos ex-funcionários sejam
anexadas a inquéritos que tramitam no Supremo e no Superior Tribunal de Justiça
(STJ) de modo a embasar investigações contra políticos com foro privilegiado.
Quarta-feira,
27 de fevereiro, 2019 ás 11:01
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