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22 de dezembro de 2019

Convém ler algumas “reflexões seculares no Natal”, de Eurípedes Alcântara


Nesta época do ano, em meio a tanto radicalismo e divisão entre nós e eles, é recomendável e leitura dos últimos parágrafos do artigo “Reflexões seculares no Natal”, publicado neste sábado, dia 21, em O Globo pelo experiente jornalista Eurípedes Alcântara, que foi diretor de redação da revista Veja.

“A narrativa sobre Jesus entendida como matriz da literatura realista dos dois últimos milênios talvez seja uma das reflexões mais interessantes a se fazer no Natal. Outra reflexão inescapável vem da religião secular de nosso tempo, a política. São as surpresas, pelo menos para os analistas tradicionais, brotando com insistência das urnas em diversos países, quase sempre penalizando as correntes de esquerda.

Não terão os partidos de esquerda se enfatuado demais com seus banqueiros, seus empresários campeões nacionais, seus artistas e intelectuais “orgânicos” e seus dogmas do século XIX, tornando-se, assim, donos de um discurso condescendente, distanciado da realidade das pessoas comuns?

A esquerda vai precisar muito mais do que, na expressão de Auerbach, encontrar um sermo humilis, um discurso humilde. Vai precisar entender, entre outras coisas, que ser engajado em ativismo racial não é condição necessária para ser considerado negro ou que um gay governista também sofre discriminação e agressões físicas.

Talvez a maior barreira a separar os recentes derrotados nas urnas seja a dificuldade de entender a imensa energia potencial existente nas ilhas de insatisfação no centro do espectro político convencional. Há radicalismo no que se chama, não sem certo desdém, de moderação. Quantas “surpresas” nas urnas ainda precisarão aparecer até que os partidos políticos aprendam a captar e atender às demandas das pessoas comuns.

Não se trata de cristianismo. Trata-se de decifrar os novos códigos da “mulher e do homem esquecidos” de William Sumner, aqueles que, em todos os tempos, acordam cedo, pegam no batente, voltam para casa cansados, comem, caem na cama e começam tudo de novo no dia seguinte, dia após dia. Aqueles que só são lembrados quando é preciso arrecadar mais impostos ou obter seu voto.” 

(Tribuna da Internet)


Domingo, 22 de Dezembro, 2019 ás 11:00

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