A
ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse sexta-feira
(6/12) que não há como salvar crianças de situações precárias de vida sem
saneamento básico. Segundo ela, a falta de projetos nessa área é uma violação
dos direitos humanos como preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU), que
inclui ainda o fornecimento de água tratada nos direitos das populações.
“Às
vezes soa até de uma forma hipócrita a gente falar de direitos e de defesa de
criança quando a maior violação de direitos de criança nessa nação tem sido o
não acesso ao saneamento básico”, afirmou ao participar da abertura encontro
BNDES com ‘S’ de Social e de Saneamento, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
Para
a ministra, essas questões têm tudo a ver com o ministério que ela dirige,
porque não se pode falar em direitos de minorias e da mulher sem tratar do
saneamento e da água.
Segundo
Damares, o governo Bolsonaro reconhece a dívida que o país tem diante do atraso
de projetos, mesmo após 31 anos de promulgação da Constituição, que inclui o
direito ao saneamento. “Não dá para falar de desenvolvimento sem falar em
saneamento”, apontou, acrescentando que uma das maiores violações cometidas
contra as crianças no Brasil é a falta de acesso ao saneamento.
Esgoto a céu aberto
Damares
destacou que já participou de inauguração de grandes obras, que têm ao redor um
cenário com esgoto a céu aberto.
Segundo
ela, embora difícil, é preciso virar esta lógica no Brasil. “O maior legado que
podemos deixar para esta nação é na área de saneamento. Não vou conseguir
salvar essas crianças e proteger mulheres sem saneamento”, disse.
“Tem
uma violência maior contra uma mulher de ver seu filho agonizando no colo com
dores por causa de hepatite? Tem maior violência contra as crianças vê-las
morrerem no Brasil [vítimas] de diarreia?”.
A
ministra aproveitou a presença dos governadores do Acre, Gladson Cameli, de
Alagoas, Renan Filho, e do Amapá, Waldez Góes, para pedir que eles atuem junto
às suas bancadas no Congresso para que aprovem o projeto de lei que trata do
saneamento.
“Nos
ajudem, por favor. Temos o Projeto de Lei 3261/2019 que está pronto para ser
votado. Este projeto vai mudar a história da nossa nação. Ele traz um norte
para o saneamento no Brasil e vai propiciar a iniciativa privada investir em
saneamento. Então, governadores, vou precisar muito que as bancadas estejam
ajudando na aprovação”, disse.
Violência sexual
Damares
comentou ainda que, no S de social do BNDES, ela conta com a instituição no
Programa Abrace Marajó, lançado pelo ministério. Segundo ela, o primeiro
trabalho feito naquela região do Norte do país foi o de enfrentamento à
violência sexual.
“A
violência sexual neste país é de verdade. Milhões de crianças são vítimas de
violência sexual e quero falar que não são só crianças, mas bebês também.
Estamos no Brasil diante de uma tragédia que se chama estupro de bebês”,
revelou, destacando que o ministério tem registros de casos de violência contra
bebês de sete dias de vida.
“O
estupro de bebês cresceu de tal maneira no Brasil que já encontramos vídeos
custando R$ 100 mil neste comércio macabro de criança no Brasil e este governo
está enfrentando com muita firmeza. Vamos continuar mandando recado para
abusadores e pedófilos de crianças no Brasil: “tá acabando para vocês, tá acabando
para vocês”. Se tem uma região no Brasil que isso é uma realidade é a região do
Marajó”, relatou.
Dirigindo-se
à plateia, a ministra disse que precisava ser enfática para falar da questão
para fazer uma mudança neste panorama. “Desculpe, essa é a ministra exagerada,
mas alguém tem que ser exagerada neste governo. Alguém tem que sacudir a nação.
Tenho feito muito bem esse papel”, finalizou. (ABr)
Sexta-
feira, 06 de Dezembro, 2019 ás 18:00
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