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Luiz Carlos
Pimentel, agente de Polícia Federal que trabalha no setor de Inteligência no
Distrito Federal, segundo depoente da audiência que ouve 14 testemunhas da
operação Monte Carlo na Justiça Federal em Goiânia, afirmou, logo no começo do
depoimento, por volta das 15h30 desta terça-feira (24), que a quadrilha
chefiada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira agia sob proteção das polícias
de Goiás.
A operação Monte
Carlo, da PF, prendeu Cachoeira no final de fevereiro deste ano, expondo a
existência de um esquema ligado a jogos ilegais e que teria influência sobre
governos, agentes públicos e privados.
“Não observamos
nenhum outro grupo que tenha tentado abrir jogos nesta região (do entorno do
Distrito Federal). Muitos policiais militares faziam trabalho passando pela
região”, disse o agente. Com isso, segundo ele, a Polícia Federal tentava não
se aproximar para evitar eventuais conflitos.
Pimentel afirmou
também que o delegado de Polícia Federal Fernando Bayron recebia valores de
Carlinhos Cachoeira. “Depois de encontros com Cachoeira ou com seu irmão, o
senhor Bayron efetuava o pagamento das prestações de seu apartamento.” As
conclusões do agente decorrem de gravações telefônicas e vídeos que mostram a
entrega de pacotes, supostamente de dinheiro, aos envolvidos.
A defesa tentou
desqualificar a testemunha, alegando que ela teria interesse na acusação.
Pimentel respondeu que "por ser o servidor mais antigo do setor, tinha a
função de análise e coordenação dos trabalhos do grupo". A defesa
contradisse a testemunha por acreditar que ela seja muito próxima da acusação.
Pimentel afirmou que não tem interesse na operação. “Sou policial federal e só
tenho compromisso com a verdade.”
Como
chefe-substituto do serviço de inteligência da Polícia Federal, o depoente
coordenava os trabalhos e fazia análise de alguns dos alvos da operação.
Pimentel disse que o grupo criminoso controlava a atividade de jogos ilegais,
principalmente nas cidades de Águas Lindas e Valparaíso de Goiás.
Uma das dúvidas
dos defensores dos réus da operação Monte Carlo foi esclarecida pela testemunha
logo no começo do depoimento. Segundo ele, as investigações começaram por
requerimento do Ministério Público de Valparaíso (GO), depois de observarem a
expansão nas atividades de casas de jogos ilegais na cidade e na região.
Assim como a
primeira testemunha desta terça-feira, Fábio Alvarez, Pimentel afirmou que no
início das investigações os alvos das interceptações eram três pessoas.
Raimundo Washington, Major Silva e José Olímpio.
No decorrer de
todas as diligências, os policiais federais perceberam que uma pessoa chamada
de “baixinho” sempre era mencionada nas conversas. Esse apelido seria de Lenine
Araújo.
Com a
interceptação do rádio de Lenine, conseguiram observar que o aparelho era
registrado em outro país. “As pessoas começam as conversas se identificando,
por isso foi fácil perceber quem era quem nas ligações.”
Segundo o agente
da Polícia Federal, Lenine intermediava as ações de Cachoeira na região do
entorno do Distrito Federal. “Lenine sempre se reportava a Cachoeira sobre as
ações, contratações e pagamentos, inclusive na influência que o grupo tinha na
segurança pública goiana”, disse Pimentel.
Geovani Pereira,
que é apontado com o contador do grupo, prestava contas diretamente a Carlinhos
Cachoeira, afirmou o depoente. “Ele só fazia aquilo que Carlinhos Cachoeira
pedia e, posteriormente, a ele prestava conta de tudo."
Terça-feira 24 de
julho
Postado Pelo
Editor
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