Um
dia depois da publicação da entrevista na qual manifestou seu receio de que
Dilma Rousseff converta o Supremo Tribunal Federal numa “corte bolivariana”, o
ministro Gilmar Mendes voltou a fustigar a presidente. A coisa aconteceu na
sessão do TSE, na noite de terça-feira (4), durante o julgamento do pedido de
auditoria das urnas feito pelo PSDB.
Para
Gilmar, uma “bobagem” dita por Dilma no ano passado pode ter potencializado a
boataria sobre a suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas. “Eu não cometo
nenhuma imprecisão ao lembrar a declaração da presidenta Dilma que diz 'a gente
faz o diabo quando é hora de eleição'. A gente pode entender essa expressão de
várias formas. Mas, fazer o diabo tem uma carga figurativa muito grande. Será
que fazer o diabo significa que é capaz até de fraudar a eleição?”, Gilmar
questionou.
Ele
prosseguiu: “Vejam a responsabilidade de pessoas que ficam a falar bobagem,
inclusive em campanha eleitoral. Veja o peso que isso tem no imaginário das
pessoas. O que significa fazer o diabo na eleição?'' A frase que Gilmar
evocou foi pronunciada por Dilma em abril de 2013, em João Pessoa, numa
cerimônia de entrega de chaves do programa Minha Casa, Minha Vida
A
pretexto de esclarecer que não discrimina gestores públicos de outros partidos,
Dilma declarou: “Nós podemos disputar eleição, nós podemos brigar na eleição, nós
podemos fazer o diabo quando é hora da eleição. Agora, quando a gente está no
exercício do mandato, nós temos de nos respeitar, porque fomos eleitos pelo
voto direto do povo brasileiro. O governo não tem nenhuma justificativa para
perseguir que não é do mesmo partido dele. ''
Gilmar
criticou também uma frase de Lula, dita num evento partidário em agosto
passado. Dirigindo-se a Dilma, o morubixaba do PT afirmara: “…Eles
não sabem o que nós seremos capazes de fazer pra fazer com que você seja a
nossa presidenta”.
E
Gilmar: “Temos sido muito tolerantes com muitas pessoas. Quem diz isso, é capaz
de dizer: ‘eu sou capaz de fraudar a eleição’. Pessoas que ocupam ou que
ocuparam cargos públicos têm que ter alguma dignidade. Esse tipo de afirmação
gera suspeita.”
(Estadão
Conteúdo)
Quarta-feira,
5 de outubro, 2014.
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