Uma
célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Distrito Federal foi alvo de uma
megaoperação da Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (7/11). Na ação,
intitulada Tabuleiro, agentes e delegados da Delegacia de Repressão ao Crime
Organizado (Deco) cumpriram 14 mandados de prisão em seis presídios, sendo
quatro no Entorno do DF, um em São Paulo e um no Ceará. Os investigadores
também fazem busca e apreensão em nove endereços suspeitos de guardarem bens da
maior facção criminosa do país. Cinco homens em liberdade também são procurados
e, até o fechamento desta reportagem, um já havia sido encontrado e detido.
Embora
os principais integrantes do PCC em Brasília já estejam detidos, a ação visa a
transferência deles para estabelecimentos federais de segurança máxima e que
sejam mantidos em regime disciplinar diferenciado (RDD). Durante meses de
monitoramento, os investigadores descobriram que tentáculos da facção nascida
em presídios paulistas agiam no DF, principalmente no controle sobre pontos de tráfico
de drogas. De acordo com o delegado Fábio Souza, chefe da Deco, são pelo menos
27 pessoas que compõem o grupo no DF e no Entorno. "Cada integrante
desembolsava mensalmente cerca de R$ 700 para permanecer no PCC. Como não
trabalhavam, promoviam ações criminosas. A intenção deles era expandir a facção
no DF por meio do domínio do tráfico de drogas em diversas regiões", disse
Fábio Souza.
Mesmo
atrás das grades, gerentes do PCC — que em Brasília recebeu o nome de PLD (Paz,
Liberdade e Direito) — davam ordens a subordinados livres sobre como deveria
ser a atuação deles nas ruas de várias regiões administrativas do DF. A ação da
Deco, em parceria com a Polícia Civil de Goiás, tem por objetivo impedir a
expansão do grupo na capital do país, além de de evitar rebeliões, fugas e
ataques a servidores do sistema prisional.
Além
da operação dos presídios, a Deco pediu o bloqueio de contas usadas pela facção
para fazer girar o dinheiro da quadrilha. A investigação aponta ainda que,
apesar da distância, o líder máximo do PCC no Brasil, Marcos Willians Camacho,
o Marcola — que cumpre pena na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São
Paulo — dá a palavra final sobre decisões do bando no DF. Em setembro de 2012,
o Correio publicou reportagem mostrando que a Subsecretaria do Sistema
Prisional do DF (Sesipe) mantinha constante monitoramento sobre integrantes do
PCC detidos no Complexo Penitenciário da Papuda.
Marcola
liderou rebelião no DF
Marcola
esteve preso na Papuda entre 2001 e 2002 e, apenas três dias depois de deixar o
Pavilhão de Segurança Máxima (PSM), arregimentou um exército de homens, delegou
funções e deflagrou a última e maior rebelião da Papuda. Na ocasião, dois
presos morreram carbonizados. (CB)
Sexta-feira,
7 de novembro, 2014.
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