Depois
do fracasso da chamada nova matriz econômica, lançada pelo ministro Guido
Mantega, o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff vai ser marcado por
dois anos de juros mais altos e corte de gastos, seguido por dois anos de foco
na maturação de medidas voltadas ao crescimento do país. A primeira fase da
política econômica –caso Dilma dê autonomia à sua nova equipe– terá como
objetivo levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, ao final de 2016, e
colocar em ordem as contas públicas gradualmente nos próximos três anos.
Como
o ajuste fiscal será gradual, no início do trabalho da nova equipe caberá ao
Banco Central de Alexandre Tombini a tarefa maior, o que ele já tem deixado
claro. A sinalização é de um possível aumento da dose de alta da taxa de juros,
hoje em 11,25% ao ano, como parte do choque de credibilidade que o novo time
formado ainda por Joaquim Levy e Nelson Barbosa, novos ministros da Fazenda e
Planejamento, vai aplicar na economia.
Segundo
avaliam assessores presidenciais, esse aperto monetário pode vir nesta semana,
com o Banco Central elevando os juros em 0,50 ponto percentual, em vez do 0,25
da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em outubro.
Dobrar a dose do aumento, segundo assessores, estaria em sintonia com os
últimos discursos de Tombini e sua equipe, que têm indicado que o BC vai se
manter “especialmente vigilante” para conter os efeitos do dólar em alta e do
reajuste de preços administrados, como a conta de luz, sobre a inflação. Outro
caminho, não descartado no cenário de economia estagnada, seria manter o
aumento de 0,25 ponto percentual, mas sinalizar que o ciclo de alta tende a ser
mais longo do que o previsto diante da pressão inflacionária.
Por:
Valdo Cruz, na Folha
Domingo,
30 de novembro, 2014
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