Com
os arquivos, partido poderá realizar análise própria do resultado das urnas. Em
seu voto, Toffoli ressaltou a transparência do processo eleitoral
Por
unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral aceitou nesta terça-feira(3) liberar
ao PSDB acesso aos arquivos eletrônicos e demais documentos referentes à
totalização dos votos da eleição presidencial. Com esses dados, os tucanos
poderão realizar uma auditoria própria do resultado. Ao saber da decisão do
TSE, deputados tucanos comemoraram no plenário da Câmara. A corte, porém, negou
o pedido da sigla para criar uma comissão multipartidária para auditar o pleito
por entender que o partido não tem legitimidade jurídica para atuar em nome de
outras legendas.
Ao
aprovar a liberação dos arquivos ao PSDB, o presidente do TSE José Dias Toffoli
ressaltou que todos os procedimentos deferidos constam em resoluções da corte
que tratam da transparência do processo eleitoral e estavam disponíveis antes
da eleição. No segundo turno, o PSDB foi derrotado pela presidente Dilma
Rousseff por uma diferença de três pontos.
Apesar
de aprovar o fornecimento dos dados, Toffoli criticou os argumentos usados
pelos tucanos no pedido e afirmou que o PSDB não apresentou indícios de fraude
no pleito, limitando-se a relatar a descrença de algumas pessoas no resultado
da votação. O presidente da corte garantiu a transparência das eleições e
ressaltou que o desenvolvimento dos programas usados na apuração das urnas
esteve à disposição, desde abril, de todos os partidos políticos, do Ministério
Público Eleitoral (MPE) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), desde o
momento em que começaram a ser elaborados.
Em
seu voto, o ministro Gilmar Mendes defendeu que a Justiça Eleitoral acabe com
suspeitas de fraude no resultado nas eleições, mesmo que sejam descabidas e
levantadas por meio das redes sociais. Segundo o ministro, o pedido do PSDB
contribui para a pacificação do assunto.
Denúncias
– Na ação apresentada ao TSE, o coordenador Jurídico Nacional do PSDB, o
deputado federal Carlos Sampaio, ressaltou que, passadas as eleições, surgiram
uma série de denúncias e desconfianças por parte da população. "Nas redes
sociais, os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a
descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da
urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens, que se
multiplicaram após o encerramento do processo de votação, colocando em dúvida
desde o processo de votação até a totalização do resultado”, diz.
A
ação pedia a criação de uma comissão de especialistas indicados pelos partidos
políticos para analisar diversos documentos, como as cópias de boletins de
urnas de todas as sessões eleitorais do país e dos logs originais e completos
das urnas, ordens de serviço e registros técnicos sobre atualização e
manutenção do sistema e acesso aos programas, além de todos os arquivos
presentes nas urnas eletrônicas. Parte dos documentos, como os boletins de
urna, estão disponíveis para acesso público pela internet. Outros podem ser
requisitados pelos partidos com base nas resoluções do TSE.
O
corregedor-geral da Justiça Eleitoral chegou a classificar o pedido do PSDB
como "prejudicial" à democracia. Outros ministros usaram a expressão
"desserviço" e "antidemocrático" para se referir à
solicitação, mas afirmaram que o tema será discutido para
"esclarecer" o processo eleitoral à sociedade. Pela solicitação do
PSDB e notícias divulgadas, ministros avaliam que não há "nenhum fato
concreto" que motive uma auditoria. (Estadão Conteúdo)
Quarta-feira,
5 de outubro 2014.
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