Para
Dias Toffoli, é preciso adotar novas regras sobre o sistema político de forma
gradual para evitar que o Congresso reverta decisões tomadas pela Justiça
O
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, disse
nesta quinta-feira, 27, que “não adianta” fazer reforma política pelo
judiciário para depois sofrer a reação do Congresso Nacional. Toffoli
participou na manhã dest
a
quinta de debate com o vice-presidente da República, Michel Temer, e o senador
eleito José Serra (PSDB).
“Não
adianta fazer soluções mágicas para valer nas próximas eleições. Ou se faz algo
cadenciado para se valer aos poucos ou não alcançaremos possibilidade de
aprovação nas duas casas do Congresso”, disse o ministro, em evento organizado
pelo Instituto Brasiliense de Direito Público.
“Quando
TSE estabeleceu a verticalização, quatro anos depois o Congresso promulga uma
emenda constitucional (sobre o tema). O que pode uma resolução do TSE diante de
uma emenda constitucional? Nada.” A verticalização, prevista no artigo 6º da
Lei Federal 9.504 de 30 de setembro de 1997, impedia que partidos adversários
nas eleições presidenciais se aliassem nos Estados.
Toffoli
ainda defendeu a realização de uma reforma política que “dialogue com o mundo
real”. “Este sistema criado na década de 40 não corresponde mais a um sistema
que possa dar conta da governabilidade no Brasil e da sobrevivência do próprio
parlamento como instituição”, disse o presidente do TSE.
Ele
se posicionou a favor do restabelecimento de uma cláusula de desempenho, mas
não de maneira imediata e sim com graduação. Com as eleições de 2014, 28
partidos terão representação no Congresso Nacional a partir da próxima
legislatura, segundo o ministro.
“Não
basta acabar com as coligações, porque se retirasse as coligações, de 28
diminuiria para 22. Ou seja, ficaria com o que existe hoje, que já é um número
bastante crítico”, disse Toffoli. Segundo ele, com a cláusula de barreira ou de
desempenho, hoje teríamos no Congresso Nacional apenas sete partidos.
(Beatriz
Bulla/AE)
Quinta-feira,
27 de novembro de 2014 às 15:06
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