Lorota
é o mesmo que conversa fiada, uma grande mentira. Para a reeleita Dilma
Rousseff, esta é a melhor definição para ideia de reduzir o número de
ministérios a fim de cortar gastos do governo.
De
fato a economia com a redução de ministérios não é lá grande coisa. Talvez não
chegue a "R$ 10 bilhões" num universo de despesas de custeio do
governo federal que, até outubro, foram de R$ 615 bilhões.
A
questão financeira da patranha do corte de pastas é, porém, apenas um dos lados
da discussão. Dilma alega que áreas importantes, como igualdade racial, tiveram
mais atenção depois que ganharam status de ministério. Pode ser, mas essa é
outra história muito mal contada.
Em
um governo com 39 ministérios, a presidente não tem tempo suficiente nem para
cumprimentar todos os seus ministros. Alguns simplesmente passam meses sem
despachar com a chefe, como aconteceu no primeiro mandato dela.
A
lógica da boa governança, sempre defendida pela petista, indica que o melhor
caminho seria reduzir o número de ministérios. Daria mais agilidade ao governo
atual, marcado pela demora em tomar decisões.
O
fato é que, ao tachar a proposta do tucano Aécio Neves de lorota, a dona do
Planalto inventa uma história mal contada para esconder o real objetivo de ter
a Esplanada dos Ministérios inchada: atender o apetite por cargos dos aliados.
E
por falar em lorota, o governo promete tirar as contas públicas do vermelho
cortando gastos com seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença e pensões
de viúvas. A mesma promessa feita desde 2011, mas até hoje não cumprida.
Tal
ideia soa mais a conversa fiada, algo que o governo deveria evitar no novo
mandato. É justo lembrar que, pelas primeiras declarações, Dilma parece estar
consciente de que precisa mudar. A conferir.
Afinal,
seu tempo de empurrar os problemas com a barriga já se foi. Não dá mais para
viver de lorotas.
Por:
VALDO CRUZ
Segunda-feira,
10 de outubro, 2014.
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