Em audiência com deputados da
base do governo nesta sexta-feira (8), o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ricardo Lewandowski, disse que, para superar a crise "o mais
rapidamente possível", ações relacionadas ao impeachment da presidente
Dilma Rousseff terão prioridade na Corte. O ministro adiantou, no entanto, que
o Supremo não entrará na discussão política do caso.
"Em função do momento, a
sociedade quer superar esse problema o mais rapidamente possível. Qualquer
processo a respeito desse tema no Supremo terá a prioridade que merece em
função do momento em que se vive hoje no Brasil", disse o ministro aos
deputados Wadih Damous (PT-RJ), Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), Afonso Florence
(PT-BA) e Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara.
Para os deputados, o presidente
da Comissão, Rogério Rosso (PSD-DF) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) estão desrespeitando o rito do impeachment definido pelo Supremo no
ano passado. De acordo com os parlamentares aliados de Dilma, a comissão também
vem cerceando o amplo direito à defesa da presidente.
O vice-advogado-geral da União,
Fernando Luiz Albuquerque Faria, foi impedido de defender a presidente durante
a leitura do relatório apresentado pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO). De
acordo com os deputados, no entanto, o procedimento adotado na Comissão de
Ética que analisa um pedido de cassação contra Cunha, é oposto, e garante a
manifestação da defesa do peemedebista.
Apesar disso, os deputados
afirmam que não têm nenhuma perspectiva para ingressar oficialmente no Supremo.
"Nós não temos nenhuma decisão tomada de judicialização até porque quem
deve adotar essa decisão é o governo, a AGU, a defesa da presidenta. Nós
podemos no máximo opinar sobre isso. Mas há de fato elementos que nos
preocupam", explicou Damous.
Os deputados são contrários, por
exemplo, à tentativa de Cunha de levar o debate sobre o impeachment ao plenário
da Câmara no dia 17. "Nós consideramos isso uma
irresponsabilidade. O país conflagrado, com um cenário de ódio e hostilidade,
que até ministro do Supremo simpatizantes do PT vem sendo hostilizado, e se
permitir que milhões de pessoas venham para a Praça dos Três Poderes num clima
de conflagração, isso não é efetivamente um processo democrático. Isso é uma
tentativa de condicionar o resultado do processo", acusou Damous.
(AE)
Sábado, 09 de abril, 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário