Mesmo
saindo vitoriosa amanhã, quer dizer, na hipótese de ter a Câmara julgado
inadmissível o impeachment, a presidente Dilma não conseguirá governar. Acabará
levada da incompetência ao desespero, impossibilitada de compor um ministério
acorde com as necessidades nacionais. Incapaz, também, de formular um roteiro
de ação em condições de minorar as agruras da população, a começar pelo
desemprego. Melhor faria, então, se renunciasse desde já, permitindo o
recomeço. Mas deixar o governo para Michel Temer? Seria trocar o Seis pelo Meia
Dúzia, na medida em que ambos, além de carentes de capacidade e imaginação,
perderam totalmente o apoio nacional, se é que algum dia o detiveram.
A
renúncia de Madame e de seu vice ensejaria a solução constitucional de eleições
amplas e limpas, mesmo no cipoal de partidos que assola a prática política. Um
presidente da República selecionado entre mais de trinta candidatos, em
campanha pelo país, teria meios de elaborar um plano de recuperação da
economia.
A
temporada de fantasias já passou, pelo menos desde que o Lula tirou Dilma do
bolso do colete. Ela conseguiu o milagre de demolir o antecessor, ficando claro
haver passado a sua hora. Do mato do PT não sai mais coelho. Os dois grandes
partidos, PSDB e PMDB, pecam um por excesso, outro por escassez: Michel Temer
não venceria eleições para síndico de seu prédio, ao tempo em que Aécio Neves,
Geraldo Alckmin e José Serra deixaram de sensibilizar suas próprias bases.
Saindo das mesmas indefinições de sempre, lá vem outra vez Marina Silva.
Admite-se Ciro Gomes, pelo menos portador de conhecimentos razoáveis da
realidade nacional. Correm em faixa própria e limitada Ronaldo Caiado e Jair
Bolsonaro. Joaquim Barbosa e Sergio Moro poderiam constituir-se em opções, até
porque parecem mais conhecidos do que os referidos anteriormente.
De
qualquer forma, outros não faltarão. A única ressalva será que tanto Dilma
quanto Temer parecem fora de cogitações. Ainda bem...
Carlos
Chagas
Domingo,
10 de abril, 2016
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