No
que seriam os estertores de sua permanência no poder, mesmo agora limitados,
Madame surpreendeu uma vez mais. Esta semana concedeu entrevista a uma revista
francesa e disse com todas as letras: o Lula será candidato a presidente em
2018.
Até
o dia em que deixar definitivamente o poder, prevê-se que a 26 de agosto, Dilma
Rousseff não dará o braço a torcer. Não admitirá a iminência de estar saindo.
Logo depois, porém, dará troco. Lançará o antecessor para sucessor.
É
preciso atentar para o conteúdo. Concorde-se ou não com ele, o Lula dispõe de
pelo menos metade do eleitorado. O PT pode estar em frangalhos, desmoralizado e
exangue, mas dispõe de uma liderança inconteste. Para seus contingentes,
permanece sua primeira e única opção, a despeito de sítios, apartamentos,
palestras e viagens subsidiadas.
Com
uma vantagem: o outro lado carece de uma única opção, muito pelo contrário.
Ainda que no final possam a aglutinar-se num só nome, partirão para o embate
sucessório com vasto leque de opções. Aécio Neves, Geraldo Alckmin José Serra,
Ciro Gomes, Marina Silva, Ronaldo Caiado e quantos mais?
Desgastado
o ex-presidente está, até às voltas com a Justiça. Uma vez lançado, porém,
crescerá. Primeiro, por falta de opção. O PT não dispõe de outra saída. Depois,
pela dificuldade de seus concorrentes se entenderem antes do primeiro turno.
Por último, os prováveis fracassos do governo Michel Temer em sua trajetória
neoliberal.
Em
suma, eis um novo personagem no palco, que não pode ser ignorado. Não adianta
brigar com os fatos.
Por:
Carlos Chagas
Sábado,
02 de julho, 2016
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