Quem
quer que venha a ser escolhido presidente da Câmara será o vice-presidente da
República. Em condições naturais de temperatura e pressão, manterá o posto
enquanto Michel Temer for o presidente, inclusive em sua alardeada viagem à
China, ano que vem.
Se
por hipótese remota a presidente afastada Dilma Roussef, retornar, o vice
voltará a ser Michel Temer, se não renunciar.
A
importância do novo vice não se limitará ao papel de substituto. Qualquer que
seja, se transformará num polo de atração política, tanto faz o partido a que
pertença. Pode ser o início de um processo de renovação, acoplado às eleições
municipais de outubro. Porque mesmo sem ter despertado agora a menor atenção, a
escolha de novos prefeitos, especialmente das capitais estaduais, significará
razoáveis mudanças.
Aguarda-se
a votação, pelo Senado, da confirmação do afastamento definitivo de Dilma
Roussef. Até agora, as previsões são de que Madame não escapará da degola.
Será, então, mais um obstáculo superado no rumo da normalização. Se não
desapareceu, Eduardo Cunha viu-se reduzido à expressão mais simples e
desimportante. Do outro lado da sede do Congresso, Renan Calheiros equilibra-se
para não ser atingido pela operação lava jato, mas tudo indica que vai
sobreviver, ainda que sem asas para novos voos.
Em
suma, mesmo lentamente, processa-se a renovação, cuja prova de fogo se dará em
2018, com as eleições presidenciais. A sombra do Lula, mesmo esmaecida, ocupará
parte da arena. Temer já saltou de banda, voltando-se as atenções para o ninho
dos tucanos. Renovação propriamente não há, entre Aécio Neves, Geraldo Alckmin
e José Serra. Mesmo assim, as pedras no tabuleiro mudam de cor.
Por:
Carlos Chagas
Quarta-feira,
13 de julho, 2016
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