Ney Rubens =
Cerca de mil pessoas
acompanharam, em um shopping popular no centro de Belo Horizonte, o Concurso
Miss Prostituta. Doze profissionais do sexo desfilaram por uma passarela com a
intenção de protestar contra o preconceito e a violência na profissão.
A vencedora, escolhida por um
júri formado por representantes da sociedade civil, foi Giovana Silva, que no
dia a dia usa o nome de Mara. A garota de 25 anos contou que veio de Vitória,
no Espírito Santo, há seis meses e trabalha em um prostíbulo na Rua Guaicurus,
tradicional concentração de casas de prostituição no centro da capital mineira.
A organização do evento informou
que todas as mulheres participaram de forma voluntária, mas ao final do evento
um dos apresentadores anunciou que Mara receberia R$ 3 mil pelo título de Miss
Prostituta e um contrato de publicidade válido até o final do ano com o
shopping popular. Mara, que disse cobrar R$ 10 por programa, agradeceu dizendo
que estava "feliz e que participar do desfile é uma forma de chamar a
atenção para a situação delas, tentando fazer com que o preconceito
diminua", afirmou.
A presidente da Associação das Prostitutas
de Minas Gerais, Cida Vieira, puxou a fila das mulheres que desfilou. Cida é
uma das criadoras do evento e disse que espera, com a ideia, levantar a
discussão sobre a regulamentação "de fato" da profissão: "Minas
Gerais tem 80 mil prostitutas Queremos a legalização para ter direito ao
direito, ou seja, acesso ao que as outras profissões têm. Temos no Ministério
do Trabalho o registro da ocupação, mas é só", afirmou.
"Queremos reclamar, com esse
desfile, de tudo que a prostituta passa no dia a dia: tortura psicológica,
violência. Queremos pisar na passarela como se estivéssemos pisando no
preconceito. Não queremos mais ser invisíveis" concluiu.
Quarta-feira 13 de fevereiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário