Na Terra de Vera Cruz, são os
honestos que sempre devem explicações: em Goiânia, o major Benelli, que
enfrentou quatro assaltantes armados e baleou três (que morreram) e prendeu um,
tem que explicar à imprensa, aos “direitos humanos”, à corregedoria e a seus
superiores por que esvaziou o carregador de sua pistola no enfrentamento com os
bandidos. Como se, no embate de um contra quatro, só devesse dar dois ou três
tiros. Ou contar, num momento em que se joga a vida, quantos tiros está dando.
Em Belfort Roxo, no Rio de Janeiro, uma mãe, que passou 11 anos em tratamento para se engravidar, alvejada por um assaltante de má pontaria, perde a filhinha de 1 ano, baleada no peito. É interpelada por uma repórter idiota, que quer saber por que a cadeirinha da garota estava no banco da frente, e não no traseiro.
Falta de respeito para com uma
vítima da violência e da incúria, e de sensibilidade diante da maior dor que
pode afligir um ser humano.
Até os mortos devem satisfações: o advogado de Walmor Chagas balbuciava explicações indevidas quando o ator se suicidou, como se fosse errado ele ter um revólver em casa. Observe-se que o excelente ator, idoso (82 anos), morava em um sítio isolado, em Guaratinguetá (SP), e obviamente necessitava de uma arma para sua defesa.
Até os mortos devem satisfações: o advogado de Walmor Chagas balbuciava explicações indevidas quando o ator se suicidou, como se fosse errado ele ter um revólver em casa. Observe-se que o excelente ator, idoso (82 anos), morava em um sítio isolado, em Guaratinguetá (SP), e obviamente necessitava de uma arma para sua defesa.
Vimos várias vezes na imprensa a
interrogação: como conseguiu Aparecido de Souza, autor da chacina de
Doverlândia no ano passado, matar sozinho sete pessoas? Uma inculpação indireta
das vítimas, que só não estão dando explicações porque estão mortas. Quando é
clara a resposta. As pessoas respeitadoras da lei foram desarmadas pelo
governo, através de... uma lei. Se uma sequer das sete vítimas de Doverlândia
estivesse armada, o desfecho não poderia ser diferente?
A idosa de 87 anos, que ameaçada dentro de casa, abateu com um tiro um assaltante em Caxias do Sul, está processada por homicídio e posse ilegal de arma, e terá que dar muitas explicações até que (esperamos) seja inocentada por legítima defesa.
Jornal Opção: Edição 1960 de 27
de janeiro a 2 de Fevereiro de 2013
Irapuan Costa Junior.
Irapuan Costa Junior.
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