Cerca
de 800 agentes públicos do Legislativo, Executivo e Judiciário suspeitos de
terem cometido fraudes são alvos de um grupo de auditores fiscais, montado pela
Receita Federal.
Até
o fim deste mês de maio, a expectativa é de que 50 nomes – entre parlamentares,
juízes, chefes de governo, procuradores e até os próprios auditores – sejam
apontados para novas operações contra acréscimo patrimonial relacionado a
crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e ocultação de bens.
Por
ter acesso a informações sobre movimentações bancárias, vendas de imóveis,
contratações de autônomos, contratos de câmbios, entre outros, a Receita vai
monitorar a evolução patrimonial de agentes e de todos os que mantêm alguma
relação com essas pessoas alvos de investigação. Normalmente, as investigações
apontam que as fraudes tributárias estão associadas a esquemas com a utilização
de laranjas com a finalidade de ocultar o patrimônio e lavar dinheiro público
desviado.
O
objetivo da criação do grupo é que a Receita não trabalhe apenas por demanda,
mas tenha suas próprias linhas de investigação. Ao encontrar indícios de crimes
fora da área tributária, os casos serão encaminhados ao Ministério Público
Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF).
A
Receita já instaurou mais de três mil procedimentos que geraram R$ 14,7 bilhões
em atuações em impostos, multas e juros não pagos nos âmbitos das operações
Lava Jato, Ararath e Zelotes. Só contra os ex-diretores da Petrobras envolvidos
em esquemas de corrupção, o valor cobrado pela Receita foi de R$ 231 milhões.
Em atuações conjuntas com o MPF e a PF, a Receita lavrou R$ 250 milhões em
autuações contra políticos: R$ 60 milhões contra parlamentares de foro
privilegiado e R$ 190 milhões tem relação com outros dirigentes partidários
alvos de investigação.
As
empreiteiras acusadas de cartel e fraude em licitações lideram o ranking de
alvos da Receita. Em seguida, estão operadores de propina e os doleiros.
Sábado,
12 de maio, 2018 ás 18:00
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