O
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entrou com ação civil
pública contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pedindo a
suspensão do reajuste anual de planos de saúde individuais e familiares para os
anos 2018/2019, previsto para ser divulgado nas próximas semanas.
“Com
base nessas conclusões, o Idec pediu que a agência não autorize o próximo
reajuste, uma vez que há problemas na forma como são determinados os aumentos.
Caso ocorram, a revisão dos valores irá atingir mais de 9 milhões de usuários
de planos individuais, número que corresponde a cerca de 20% dos consumidores
de planos de saúde”, informou o órgão. De acordo com o Idec, a ação tem como
base relatório recente do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta
distorções, abusividade e falta de transparência na metodologia usada pela ANS
para calcular o percentual máximo de reajuste de planos de saúde individuais.
Na
ação, o instituto pede que a ANS não repita os erros apontados pelo tribunal;
que compense os valores pagos a mais pelos consumidores dando descontos nos
reajustes dos próximos três anos; que sejam divulgados os índices corretos que
deveriam ter sido aplicados; e que a agência seja condenada a pagar uma
indenização por danos coletivos ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos.
“O
Idec enviará ainda pedido à Procuradoria-Geral da República para que seja
apurada eventual improbidade administrativa de diretores da ANS no período
analisado pelo TCU, considerando que o reajuste indevido, autorizado por
agentes públicos no exercício de função pública, em prejuízo a milhões de
consumidores, pode ser caracterizado como a ato ilegal e contrário aos
princípios básicos da administração pública”, destacou.
Problemas no cálculo
De
acordo com o instituto, há 17 anos a ANS utiliza a mesma metodologia para
determinar o índice máximo de reajuste anual. A agência faz o cálculo levando
em conta a média de reajustes do mercado de planos coletivos com mais de 30
beneficiários, que não são controlados por ela.
“Há
anos o Idec critica essa metodologia, por considerar a fórmula inadequada e
pouco transparente, já que os aumentos dos planos coletivos são impostos pelas
próprias operadoras e, geralmente, não refletem os custos reais do setor”,
informou. No ano passado, o instituto já havia pedido a revisão do método.
A
reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da ANS, que informou
que está apurando as informações e que, em breve, divulgará um posicionamento.
(ABr)
Terça-feira,
08 de maio, 2018 ás 18:00
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