A
Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip)
e a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), que reúnem
servidores da Receita Federal e dos Fiscos estadual e distrital, lançaram uma
proposta denominada Reforma Tributária Solidária. Elas defendem a redução do
imposto sobre o consumo e o aumento do tributo sobre a renda e o patrimônio.
O
presidente da Fenafisco, Charles Alcântara, afirmou que a meta é reduzir as
desigualdades do sistema tributário, tirando imposto de quem recebe menos e
aumentando os tributos de quem ganha mais.
“Se
você reduz a tributação no consumo, isso não é apenas bom para as famílias
porque elas terão um pouco mais de renda. Ao consumir mais, ter mais capacidade
de demanda, você cria um circulo vicioso na economia, aumentando a produção,
emprego e competitividade”, disse ele.
Segundo
levantamento das entidades, 50% da carga tributária no Brasil vêm do consumo,
enquanto a média nos países integrantes da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico - OCDE - é de 32%. A organização reúne as nações mais
desenvolvidas do planeta.
Já
o imposto sobre a renda no Brasil corresponde a 21% de todo o tributo cobrado,
enquanto a média dos países da OCDE é de 34%. O presidente da Fenafisco
ressalta que é preciso aproximar o Brasil dos países da OCDE.
“Nós
temos uma das mais altas cargas tributárias no consumo. Por isso, há a
percepção da população de que o estado cobra muito imposto porque encarece o
preço dos bens. Mas, em compensação, somos um dos países que menos cobra na
renda e no patrimônio”, disse Charles Alcântara.
A
proposta apresentada pelos servidores do fisco recebeu o apoio de mais de 20
parlamentares de dez partidos. A meta das entidades é finalizar um texto a ser
entregue em agosto aos candidatos à Presidência da República.
Reforma em tramitação no
Congresso
No
Congresso, tramita um projeto de reforma tributária, sob a relatoria do
deputado Luiz Carlos Hauly, do PSDB. Ele elogia a proposta das entidades do
fisco e diz que ela estará contemplada no texto em tramitação, que foca na
simplificação tributária. Mas, o parecer ainda não foi apresentado.
Mesmo
assim, o deputado está otimista para aprovar a medida. “Os estados estão em uma
situação fiscal muito difícil. Os municípios e a União também. Assim, entendo
que é o momento mais propício para aprovar a reforma tributária”, afirmou.
Apesar
do otimismo, a comissão que trata da matéria se reuniu pela última vez em
agosto do ano passado. Com a reforma tributária sem avançar no Congresso, o
governo informou que deve enviar ao Congresso, ainda neste semestre, uma
proposta para simplificar o PIS/Confins (Programa de Integração
Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) cobrado de
empresas. (ABr)
Quarta-feira,
02 de maio, 2018 ás 10:00
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