O
presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a venda direta de etanol, pelas
usinas, aos postos de combustível, durante sua live (transmissão) semanal no
Facebook, na quinta-feira (9/01). Segundo ele, isso poderia reduzir em cerca de
20 centavos o valor do litro do combustível.
Atualmente,
a venda direta é proibida por resolução da ANP, agência reguladora de petróleo, que dá às distribuidoras de
combustíveis a exclusividade nessa venda, criando um dos cartórios mais
vergonhosos da História. Atuando como atravessadores, as distribuidoras tornam
o combustível mais caro.
O
produtor de etanol se dedica à única atividade econômica no Brasil que não tem
o direito de submeter seu negócio à livre-concorrência, conforme prescreve a
Constituição..
“Estou trabalhando para que o etanol produzido
nas usinas possa ser vendido diretamente para os postos de combustíveis, tire
daí do meio do caminho o monopólio, que são as distribuidoras”, afirmou o
presidente.
“Às
vezes, um caminhão pega o etanol produzido numa usina, anda 200, 300
quilômetros para levar para essa distribuidora, depois volta 300 quilômetros
para entregar o etanol do lado dessa usina”, disse Bolsonaro ao explicar a
situação absurda criada pela ANP.
2O
etanol vai chegar mais barato na ponta da linha”, disse ele. “Vinte centavos
[mais barato], é pouco, mas é alguma coisa, estou fazendo minha parte, é o que
eu posso fazer”, afirmou.
Um
projeto de lei que libera a venda direta tramita na Câmara dos Deputados e já
foi aprovado pela Comissão de Minas e Energia da Casa, no final do ano passado.
O
presidente também defendeu, durante a sua live, uma mudança na forma de
cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Segundo ele, o tributo deveria ser
calculado sobre o valor vendido nas refinarias e não nos postos de
combustíveis.
“Continuar
cobrando [o ICMS] na bomba, isso é um crime com o consumidor, que vem botando
na minha conta esse preço alto do combustível. Vamos dividir a responsabilidade.
Um combustível mais barato ajuda a transportar tudo mais barato no Brasil. O
frete cai de preço, o diesel cai de preço, ajuda todo mundo. Temos que fazer o
contrário, em vez de aumentar imposto, vamos diminuir, porque a economia
rodando mais, se ganha mais no final da linha”, disse ele
O
ICMS é um tributo estadual que varia de 25% a 34%, no caso da gasolina, sobre o
valor do litro vendido nos postos. A alíquota de ICMS sobre o diesel varia de
12% a 25%, e sobre o etanol de 12% a 34%.
“O
que eu pretendo é fazer com que o ICMS seja cobrado do preço do combustível na
refinaria e não no final, na bomba de gasolina, aqui na frente. Hoje em dia, a
média do ICMS é 30% do preço da bomba, vamos arredondar os números. A gasolina
está R$2 na refinaria, está R$5 lá na bomba. Os governadores, como regra,
aplicam o ICMS, que é em 30%, no final da linha”, explicou.
A
eventual mudança de cobrança de ICMS, como a sugerida por Bolsonaro, é complexa
e teria que contar com o apoio de governadores e do Congresso Nacional. O ICMS
sobre os combustíveis representa uma fatia importante de arrecadação tributária
dos estados.
(Diário
do Poder)
Sexta
- feira, 10 de Janeiro, 2020 ás 11:00
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