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Qual foi seu papel na campanha de Marconi Perillo em 2010? Como a Delta
entrou no Distrito Federal? Quantas reportagens foram plantadas na imprensa nos
últimos anos? Qual era a sua relação com a Gtech no início do governo Lula? Eis
algumas das muitas questões que podem ser feitas ao maior contraventor que o
Brasil já conheceu
Ás 14h, na sessão mais importante da CPI
Mista do Congresso Nacional, que investiga suas relações com empresas, governos
e jornalistas. Por orientação de seu advogado, o ex-ministro Marcio Thomaz
Bastos, Cachoeira entrou mudo e saiu calado.
É um direito que lhe assiste, mas as
perguntas poderão ser mais importantes para o futuro da CPI do que as
respostas. Por isso mesmo, preparamos algumas sugestões para os parlamentares inquiri-lo.
Leia a
baixo:
1) No início do governo Lula, o senhor se
apresentava como “empresário de jogos” e assim era tratado pela revista Veja. O
senhor era também sócio da multinacional americana Gtech e pretendia
fortalecer, na Caixa Econômica Federal, o negócio de loterias eletrônicas. Qual
é a relação disso com as denúncias feitas contra Valdomiro Diniz, ex-assessor
de José Dirceu, e Rogério Buratti, ex-assessor de Antônio Palocci?
2) Antes de ser publicada na revista Época, a
fita gravada pelo senhor com imagens de Valdomiro Diniz foi usada para tentar
extorquir o ex-assessor da Casa Civil, conforme ficou demonstrado na CPI da
Loterj, no Rio de Janeiro. O que o senhor queria que Valdomiro Diniz entregasse
e por que não houve acordo?
3) Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis,
sua cidade natal, declarou em entrevistas que o senhor pretendia fazer com que
o senador Demóstenes Torres se tornasse secretário Nacional de Segurança. Qual
seria o papel de Demóstenes na legalização do jogo e dos bingos?
4) Por que um de seus arapongas, chamado
Jairo Martins, filmou Maurício Marinho recebendo uma propina nos Correios e por
que as imagens foram repassadas à revista Veja? Qual era o seu objetivo ao
produzir a denúncia que deu origem à crise do mensalão?
5) Como nasceu sua relação com Policarpo
Júnior? Quantas reportagens o senhor produziu para a revista Veja?
6) Por que, na CPI da Loterj, Veja saiu em
sua defesa e acusou os deputados da comissão de tentarem extorqui-lo? O senhor
temia ser preso em 2005? A reportagem de Veja o ajudou?
7) Em Goiás, o senhor se tornou produtor de
remédios genéricos, com o Vitapan, e criou também um instituto de certificação,
em parceria com outro empresário do setor farmacêutico, chamado Marcelo
Limírio. A intenção era fiscalizar o que vocês próprios produziam?
8) Consta que sua ex-mulher, Adriana Aprígio,
não quis pagar os honorários de R$ 15 milhões do advogado Marcio Thomaz Bastos.
É Marcelo Limírio quem paga?
9) De onde saem os recursos que custeiam os
honorários de Thomaz Bastos?
10) Marcelo Limírio é sócio do senador
Demóstenes Torres numa faculdade em Contagem. O senhor tem alguma participação
na sociedade?
11) Por que o senhor decidiu morar numa casa
que pertenceu ao governador Marconi Perillo? Quanto pagou por ela? De que
forma?
12) Por que o imóvel, antes de chegar às suas
mãos, passou por um laranja do empresário Walter Paulo, da Faculdade Padrão?
13) Qual foi seu papel e do sargento
Idalberto Matias, o Dadá, na campanha do governador Marconi Perillo, em 2010? É
verdade que um de seus sítios, nos arredores de Brasília, foi utilizado como
Quartel General de campanha? Que tipo de material era produzido pelo sargento
Dadá?
14) Quanto a Delta doou à campanha de Perillo
em 2010? Como o senhor tornou uma espécie de embaixador plenipotenciário da
Delta, em Goiás e no Centro-Oeste?
15) A Delta saiu praticamente do zero, em
Goiás, para contratos de mais de R$ 450 milhões, sob sua “gestão”. Qual era o
grau de conhecimento de Fernando Cavendish, dono da empreiteira, sobre sua
atuação, e como os resultados da subsidiária em Goiás eram comemorados pela
companhia?
16) Quantas pessoas o senhor nomeou no
governo de Marconi Perillo em Goiás?
17) Grampos revelam que o senhor também se
interessou por contratos da Delta em São Paulo. Em que regiões do País o senhor
atuava?
18) Num dos grampos da Polícia Federal, o
senhor disse a Claudio Abreu que tentou convencer Policarpo Júnior que não foi
José Dirceu quem fez com que a Delta entrasse no Distrito Federal. Quem foi?
19) Por que o senhor demonstrou insatisfação
com o início do governo de Agnelo Queiroz, no Distrito Federal? Que reportagens
foram plantadas nas revistas semanais contra o governador?
20) Num dos grampos, o sargento Dadá relata
ao senhor que o deputado Fernando Francischini (PSDB/PR) pretendia transferir
seu título de eleitor para o Distrito Federal, onde seria candidato a
governador. O senhor pretendia apoiá-lo?
21) Já se sabe que um grampo foi instalado no
carro de Claudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito
Federal. Dadá vinha grampeando outras autoridades do Distrito Federal?
22) Quantas pessoas faziam parte do clube
Nextel? O deputado Protógenes Queiroz (PC do B/SP) utilizou um desses rádios?
Por que houve uma tentativa de aproximação entre Protógenes e a Delta.
23) Num dos grampos, o senhor comemora a
queda de Luiz Antônio Pagot, do Dnit. Que problemas ele vinha criando para a
Delta?
24) Por que o senhor tentou comprar o partido
de Levy Fidélix?
25) Por que vinha montando uma estrutura
própria de imprensa em Goiás?
26) Quanto o senhor gastou com o senador
Demóstenes Torres em presentes, propinas e vinhos como o Cheval Blanc 1947?
27) O senhor pretendia trabalhar para fazer
de Marconi Perillo candidato à presidência da República em 2014?
28) Foi o senhor quem gravou a conversa entre
o senador Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal, que foi publicada em Veja e deu fim à Operação Satiagraha?
29) Onde está o áudio desta conversa?
30) Depois de se infiltrar em todos os
poderes (Executivo, Judiciário, Legislativo e imprensa), onde o senhor
pretendia chegar? Sonhava em ser um Michael Corleone tupiniquim?
Terça – feira 22/5/2012
às 19:25h
Postado pelo Editor
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