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O
juiz eleitoral da 8ª Zona Eleitoral de Catalão, André Luiz Novaes Miguel,
pessoalmente entrou no Campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) de
Catalão, por volta das 21h30, na quarta-feira, 19, e deu ordem de prisão ao
escritor Cristiano Silva que autografava exemplares do seu livro "Operação
Ouro Negro".
Atendendo
a uma representação do PMDB local, que alega que o material foi escrito tendo
como base provas que teriam sido anuladas pela Justiça, o magistrado promoveu
uma série de atos “inusitados” e saiu do local sob forte vaia dos estudantes,
que classificaram a ação como arbitrária. No momento da prisão, um carro da
Secretaria da Saúde da Prefeitura de Catalão foi visto fotografado no local.
Estudantes
e professores alegaram que o campus é inviolável e não poderia ter sido
“invadido” pelo magistrado e pelos policiais militares que o acompanhavam. Sob
os gritos de “ditador” o juiz foi acusado de promover uma prisão ilegal e de
cercear a liberdade de expressão, que é garantida pela Constituição. Com o
princípio de tumulto, André Luiz Novaes se retirou rapidamente do local,
levando coercitivamente Cristiano Silva até a delegacia.
Na
delegacia, segundo Cristiano, nova série de arbitrariedades. “O juiz começou a
dizer que iria pegar muito mal para ele. Que ele seria massacrado pela opinião
pública e então determinou a apreensão das câmeras dos fotógrafos e
cinegrafistas que nos acompanhavam”, contou.
Ainda
segundo Cristiano, o juiz determinou que os policiais apagassem completamente o
material registrado, o que representaria um desrespeito também à liberdade de
imprensa. Mesmo com a presença de advogados e de alguns populares que não se
conformaram com a prisão, Cristiano, cinegrafistas e fotógrafos só foram
liberados por volta de 1h30 do dia seguinte.
Cristiano
Silva afirmou que vai recorrer à Justiça para garantir a livre circulação do
seu livro "Operação Ouro Negro – História do milionário assalto aos cofres
da Prefeitura da Catalão na gestão de Adib Elias". O material trata de
investigação do Ministério Público e da Polícia Civil que teria resultado na
descoberta de um desvio de mais de R$ 10 milhões dos cofres da Prefeitura de
Catalão. Os recursos deveriam ter sido empregados na pavimentação das ruas da
cidade.
As
fraudes teriam ocorrido por meio de licitações direcionadas, fracionamento
indevido de obras, pagamentos feitos em duplicidade e pavimentação com
qualidade inferior ao que havia sido contratado. As apurações, realizadas em um
período de dois anos, resultaram na prisão de nove pessoas em Catalão,
incluindo dois secretários municipais da gestão Adib Elias: Nelson Faiad,
Administração e Lázaro José da Silva, Finanças.
Sem
o julgamento do mérito, no entanto, o processo foi arquivado porque o magistrado
que cuidava do caso entendeu que as provas, obtidas com autorização da Justiça,
eram ilegais.
Quinta-feira
20 de setembro
Postado
pelo Editor
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