Operação da Polícia Federal de
combate à lavagem de grana realizou apreensão de documentos na presidência
da estatal petrolifera .
A segunda etapa da Operação
Lava-Jato da Polícia Federal atingiu em cheio a estratégia do governo de barrar
as investigações sobre a Petrobras. Enquanto o Palácio do Planalto tenta
impedir a abertura de uma CPI no Congresso, os agentes realizaram nesta
sexta-feira buscas na presidência da estatal. Para parlamentares de oposição, a
operação reforça a necessidade de que a companhia passe por um pente-fino.
A PF procura contratos firmados
pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em
março. A suspeita é que ele tenha recebido propina para favorecer fornecedores
e prestadores de serviço. “A impressão clara é que a Petrobras foi sucateada
por operações financeiras para bancar eleições, partidos e políticos. Eles
precisavam de um operador, acharam, e as fraudes estão cada vez mais
evidentes”, disse o vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT).
“Não tenho dúvidas de que o caso da Petrobras não é um debate político. Ela é,
de fato, um caso de polícia."
O presidente do DEM, senador JoséAgripino Maia (RN), disse que os desdobramentos da operação tornam ainda mais
difícil a tarefa dos que querem esvaziar a CPI da Petrobras. Na última
quinta-feira, em uma ação orquestrada por senadores aliados, a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) ampliou o escopo da comissão para que investigue,
além da Petrobras, indícios de fraudes no metrô de São Paulo e contratos do
Porto de Suape, em Pernambuco. "São evidências sucessivas, e a PF faz
busca e apreensão dentro da sede da Petrobras. Acho que isso vai constranger os
'enterradores' da CPI", disse.
Agripino também afirmou que o
depoimento de Graça Foster à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado,
na próxima terça-feira, não deve alterar o cenário. "Não acredito que ela
acrescente algo. Mas, de qualquer forma, isso é apenas uma etapa. Não encerra
nada", avalia o parlamentar. Graça havia cancelado sua ida ao Senado, mas
pediu que a CAE agendasse a audiência para a próxima semana. O objetivo é, ao
responder pessoalmente aos parlamentares, diminuir o ímpeto de criação da CPI.
Para o líder do SDD, deputado
Fernando Francischini (PR), as buscas na estatal “demonstram o poderio político
que há dentro da organização”. “Se a operação chegou ao gabinete da
presidência, é porque há fortes indícios de que contratos irregulares foram
firmados lá. Isso reforça o pedido da CPI e mostra por que o governo tem medo
de que a estatal seja investigada”, disse Francischini.
A operação na gigante brasileira,
para a oposição, também atinge a credibilidade do país e de suas companhias. “A
imagem da Petrobras já está bastante desgastada com a perda de posições
importantes no ranking das maiores empresas. Agora, quando se descobre que a
situação da empresa não é apenas resultado de incompetência administrativa, mas
de corrupção, o Brasil fica em uma situação vexatória”, afirmou o deputado
Nilson Leitão. (VEJA)
Sexta-feira, 11 de abril, 2014.
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