O
transporte público é o quarto maior problema das cidades para 12,4% da
população de 319 municípios brasileiros, ficando atrás apenas da violência e
segurança, da saúde e do desemprego, de acordo com pesquisa sobre o perfil da
mobilidade urbana nas grandes cidades, divulgado hoje (30), durante o Seminário
Nacional NTU 2017 & Transpúblico, que tem como tema Qualidade no transporte
público: uma demanda social. De acordo com os dados, 61,1% das pessoas
consideram que o poder público é o responsável pela melhoria do transporte
público.
Segundo
a pesquisa realizada pela Associação Nacional de Transportes Urbanos (NTU), em
parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 59% dos entrevistados
se deslocam todo dia e 53,3% estão se deslocando para ir ao trabalho, dos quais
45,2% fazem isso de ônibus. O estudo mostra ainda que 38% deixaram de utilizar
o ônibus e 35,85 passaram a usar o carro. Entretanto, 62,6% estariam dispostos
a voltar a se deslocar de ônibus caso os valores das tarifas fossem mais baixos
e houvesse rapidez na viagem e flexibilidade para as opções de volta.
Quando
questionados sobre a gratuidade das tarifas, 53,3% disseram não ter acesso à
prioridade e entre aqueles que têm, 47,4% consideram a medida boa. Com relação
à gratuidade, 50,9% sabem que o custo recai sobre os outros usuários, e 86,9%
concordam com o benefício.
De
acordo com o presidente da NTU, Otávio Cunha, a pesquisa mostra que as redes de
transporte urbano não estão atendendo as necessidades de deslocamento da
população e precisam ser melhoradas com investimentos em infraestrutura e com
prioridade para o transporte público. "A questão das faixas seletivas, por
exemplo, são um investimento barato. Não é só fazer a faixa e requalificar o
serviço convencional. É colocar uma faixa para dar velocidade, reduzir os
tempos de viagem, fazer pontos de parada mais civilizados e dar confiabilidade
na viagem", disse.
Segundo
Otávio Cunha, muitas cidades estão fazendo investimentos em faixas seletivas,
mas não ainda de forma que a população perceba as melhorias. "Está claro
que pode se ter ganho significativo de aumento de velocidade quando o ônibus
trafega livre. E é muito fácil identificar em cada município os principais
corredores de escoamento onde há adensamento de veículos e o ônibus disputando
espaço com o automóvel".
Para
Cunha ao reduzir o custo do serviço, a tarifa também é reduzida, atraindo nova
demanda e novamente a tarifa pode ser reduzida, reproduzindo o ciclo.
O
secretário municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda,
avaliou que o transporte público urbano deixou de ser a principal preocupação
da população não porque o serviço está adequado, mas porque o desemprego, a
preocupação com a saúde e a segurança aumentaram consideravelmente.
"Temos
atributos que não estão atendendo os nossos usuários. Estamos perdendo usuários
porque não estamos entregando o que eles querem. Se não olharmos para a
revolução que a tecnologia pode promover para o setor, corremos o risco de
acordar com uma concorrência difícil de ser combatida".
EBC
Quinta-feira
31 de agosto, 2017 ás 00hs05
Nenhum comentário:
Postar um comentário