O
presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), parece ter
conseguido o que os principais adversários dos tucanos sempre sonharam: a
implosão do partido. O programa de dez minutos, exibido quinta-feira (17/08), em
rede nacional de rádio e televisão, provocou uma crise tão aguda no PSDB que
Jeressati pode não amanhecer sexta-feira (18/08) ainda no cargo.
O
programa, ruim e monótono, ignorou a crise provocada pelo envolvimento do
presidente afastado do partido Aécio Neves (MG) nas delações da JBS e de
Joesley Batista, e não cedeu espaço a qualquer dos seus líderes, nem mesmo o
próprio Jereissati. Não atacou diretamente o governo do presidente Michel Temer
mas prometeu "não defender o
indefensável" e sustentou que no Brasil há o "presidencialismo de cooptação" e
não de coalização. Não se sabe ao certo de o programa quis se referir à
distribuição de favores do governo FHC (PSDB) para aprovar a reeleição ou ao
mensalão que o governo Lula usou para cooptar apoio parlamentar ou à
distribuição de cargos e emendas para manter Temer no cargo.
O
programa usou apenas três atores repetindo a frase "o PSDB errou", sem enumerar os tais erros, muto embora tenha
pela frente uma campanha presidencial e ao menos dois fortes pretendentes: o
prefeito paulistano João Dória e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Para dar conteúdo programático à peça publicitária, o PSDB reiterou seu compromisso
de defender a adoção so sistema parlamentarista de governo, no Brasil.
O
mote "o PSDB errou",
repetido à exaustão, foi apenas um truque infantil para chamar atenção do
programa, mas acabou criando uma imagem negativa de um partido que comete
erros. Um dos mais ácidos críticos apareceu antes mesmo de o programa ir ao ar:
Orlando Morado, prefeito de São Bernardo (SP) e tucano emergente citado
inclusive para disputar o governo de São Paulo, afirmou já na semana passada
que o programa deveria destacar os acertos do partido, "quem foram muitos", e não a ideia
de que comete erros.
Tucanos
de Minas Gerais, ligados a Aécio Neves, e de São Paulo, ligados a Alckmin, são
os mais exaltados com o conteúdo (ou a falta de conteúdo) do programa do
partido no rádio e na TV, e reuniões simultâneas têm sido realizadas logo após
a exibição da peça a noite, em Brasília e São Paulo, com vistas à substituição
imediata de Tasso Jereissati na presidência interina do OSDB nacional. (Diário
do Poder)
Sexta-feira,
18 de agosto, 2017 ás 00hs05
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