Acolhendo
pedido feito pelo Ministério Público de Goiás, o juiz Marcelo Fleury Curado
Dias, da 9ª Vara Criminal de Goiânia, determinou o afastamento cautelar do
vereador Zander Fábio Alves da Costa do mandato, sem prejuízo da remuneração,
por 180 dias. A medida foi determinada no âmbito da ação penal decorrente da
Operação Multigrana, que apurou o desvio de dinheiro de ingressos dos Parques
Mutirama e Zoológico. As investigações feitas pelo MP apontam que o esquema
operou, pelo menos, de 2014 a 2017 e que, só no período de maio de 2016 a
dezembro do mesmo ano, foram desviados R$ 2 milhões.
Além
do afastamento do vereador, que poderá terminar antes dos 180 dias se a
instrução processual for concluída, o magistrado ordenou o bloqueio de bens do parlamentar
e de outros nove denunciados pelo MP (confira relação abaixo com valores). De
acordo com o juiz, o bloqueio dos bens é para garantir a reparação do dano, até
o valor de R$2.181.458,10, de forma solidária.
A
denúncia criminal do MP, oferecida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco), atribui aos denunciados Clenilson Fraga da Silva,
Dário Alves Paiva Neto, Davi Pereira da Costa, Deoclécio Pereira da Costa,
Fabiana Narikawa Assunção, Geraldo Magela Nascimento, Larissa Carneiro de
Oliveira, Leandro Rodrigues Domingues, Tânia Camila de Jesus Nascimento de
Sousa e ao vereador Zander Fábio a prática dos crimes de organização criminosa
e peculato.
Ao
justificar a suspensão do exercício do mandato parlamentar do vereador Zander
Fábio, o juiz salientou a necessidade da medida, tendo em vista que restou
comprovada a utilização do cargo de vereador na legislatura 2013/2016 para a
prática dos delitos que constam na denúncia. “Destaca a denúncia a influência
política exercida por Zander na Agência de Turismo e Lazer (Agetul). Narra a
exordial que Zander era quem detinha o poder de nomeação e exoneração de cargos
comissionados, sendo que Dário, por influência direta de Zander, assumiu a
presidência da Agetul”, frisou. Ao analisar os autos, o magistrado ressaltou
que existem fortes indícios do uso da influência política por parte do vereador
para as práticas dos fatos narrados.
Bloqueio
de bens
1)
Clenilson Fraga da Silva: R$ 218.145,81
2)
Dário Alves Paiva Neto: R$2.181.458,10
3)
Davi Pereira da Costa: R$ 218.145,81
4)
Deoclécio Pereira da Costa: R$ 218.145,81
5)
Fabiana Narikawa Assunção: R$ 218.145,81
6)
Geraldo Magela Nascimento: R$ 436.229,16
7)
Larissa Carneiro de Oliveira: R$ 218.145,81
8)
Leandro Rodrigues Domingues: R$ 218.145,81
9)
Tânia Camila de Jesus Nascimento de Sousa: R$ 218.145,81
10)
Zander Fábio Alves da Costa: R$ 2.181.458,10
Apurações
continuam
Em
entrevista à imprensa, os promotores do Gaeco e do Centro de Inteligência do MP
(CI) explicaram que esta foi a primeira denúncia decorrente das investigações
da operação (confira no Saiba Mais). Como as apurações continuam, outras
denúncias podem ser oferecidas na sequência, envolvendo novos fatos. O conteúdo
dessa primeira acusação, conforme detalharam os membros do MP, abrange as
provas contundentes que foram coletadas até o momento.
(Texto: Ana Cristina Arruda –
Fotos: João Sérgio/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO, com informações
do site do TJGO)
Quinta-feira
31 de agosto, 2017 ás 20hs30
Nenhum comentário:
Postar um comentário