A
PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou à Justiça 26 pessoas, entre
políticos, servidores públicos, lobistas e sindicalistas, por suposto
envolvimento numa organização criminosa no Ministério do Trabalho.
Entre
os denunciados estão o ex-ministro da pasta Helton Yomura, afastado do cargo no
mês passado, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, a filha dele,
deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Também
foram acusados de integrar o esquema os deputados Jovair Arantes (GO), que teve
dois sobrinhos presos, e Nelson Marquezelli (SP), ambos do PTB, além de Paulo
Pereira da Silva, presidente nacional do Solidariedade e líder da Força
Sindical, e de Ademir Camilo (MDB-MG) – este último não está no exercício do
cargo.
Na
peça de acusação, enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (27/8),
a procuradora-geral Raquel Dodge pede, além da condenação, a perda da função
pública para os parlamentares e os servidores envolvidos.
Ela
requereu o pagamento do valor mínimo de R$ 4 milhões por danos materiais e de
outros R$ 4 milhões por morais.
Além
disso, solicitou a abertura de novos inquéritos para apurar os crimes de
corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
De
acordo com a denúncia, a liberação de registros sindicais e outras medidas do
Ministério do Trabalho eram condicionadas ao pagamento de propinas ou de outras
vantagens indevidas, como a concessão de apoio político aos políticos
investigados e a filiação de entidades a centrais sindicais por eles
controladas.
“Os
elementos probatórios reunidos no inquérito indicaram que representantes das
entidades sindicais ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia
existente na Secretaria de Relações do Trabalho, que dificulta -e muitas vezes
impede- a obtenção de registro àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida
ilícita que lhes era exigida”, escreveu a procuradora na denúncia.
O
caso foi investigado na Operação Registro Espúrio, da Polícia Federal. A
denúncia será analisada pelo relator da investigação, ministro Edson Fachin.
Os denunciados vêm negando
participação em ilícitos.
Além
de provas colhidas nas três fases da operação, a denúncia foi embasada em
depoimentos do ex-coordenador de Registro Sindical, Renato Araújo Júnior, que
firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.
A
reportagem entrou em contato com representantes de Helton Yomura, Roberto
Jefferson, Cristiane Brasil, Nelson Marquezelli e Paulo Pereira da Silva, que
ainda não se pronunciaram sobre a denúncia.
A
assessoria de Jovair Arantes não atendeu aos telefonemas da reportagem. Ademir
Camilo não foi localizado. (Com informações da Folhapress)
Segunda-feira,
27 de agosto, 2018 ás 18:00
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