O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a defesa do ex-presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Operação Lava
Jato, se manifeste sobre as 16 contestações ao registro de candidatura do
petista dentro do prazo de sete dias – a contar a partir da sexta-feira ( 24/8).
A
decisão respeita o rito de tramitação do processo, relatado pelo ministro Luís
Roberto Barroso. Com isso, o registro da candidatura do petista deve ser
discutido pelo plenário do TSE no início de setembro. O prazo para os pedidos
de impugnação foi encerrado às 23h59 desta quarta-feira, 22.
Lula
está virtualmente inelegível porque foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que
prevê a punição caso o candidato tenha sido condenado em segunda instância, por
um órgão colegiado. O ex-presidente foi sentenciado à prisão pelo juiz Sergio
Moro no processo relativo ao tríplex do Guarujá – a condenação foi ratificada
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a segunda instância da
Justiça Federal na Região Sul.
A
chapa petista, que tem o ex-prefeito Fernando Haddad como candidato a vice, foi
a que recebeu mais questionamentos – dos 16 apresentados, sete são impugnações
propriamente ditas, protocoladas por outros candidatos, partidos, coligações ou
pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que são as partes legítimas a impugnar
candidaturas, de acordo com a legislação eleitoral.
Entre
as impugnações, está a da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que é
também procuradora-geral eleitoral. As demais impugnações foram feitas pelo
candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, e sua coligação; por um
deputado estadual do Partido Novo; e por candidatos à Câmara dos Deputados pelo
Podemos, PSL e DEM.
Outras
nove das 16 contestações são as chamadas “notícias de inelegibilidade”, em que
qualquer cidadão pode informar ao TSE sobre situações que prejudiquem a
candidatura de algum candidato ao pleito deste ano. Todas elas abordam a mesma
condenação de Lula.
Defesa
Em
parecer técnico enviado ao TSE, a equipe jurídica de Lula defende as garantias
do “devido processo legal” e a observância de “formas e ritos previstos” na
tramitação dos pedidos de registro de candidatura. O parecer técnico foi
elaborado pelos irmãos e ex-ministros Henrique e Fernando Neves. O objetivo
deles é informar aos integrantes da Corte Eleitoral sobre como se dá o processo
de tramitação do registro de candidatura de qualquer candidato, inclusive o de
Lula. (VEJA)
Quinta-feira,
23 de agosto, 2018 ás 12:00
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