A
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, na noite de
sábado (8/9), que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra
Rosa Weber, suspenda o prazo de dez dias dado para que a coligação “O Povo
Feliz de Novo” (PT, PCdoB e Pros) substitua seu candidato à Presidência da
República – provavelmente, o novo postulante será o ex-prefeito Fernando Haddad
(PT), hoje registrado como candidato a vice.
Como
a negativa do registro da candidatura de Lula ao Planalto aconteceu na madrugada
do último dia 1º, os partidos têm apenas até o final da noite de terça-feira 11
para inscrever um novo candidato, sob o risco de ficarem de fora das eleições
de 2018.
O
argumento dos advogados do ex-presidente é que, como o caso do petista
envolveria matéria constitucional (a validade ou não de uma liminar do Comitê
de Direitos Humanos da ONU para garantir o direito do petista de disputar o
pleito), não seria possível que o prazo se esgotasse sem que a questão fosse
analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A
defesa também lembra que, ao rejeitar um recurso na sexta-feira, o ministro
Celso de Mello alegou que não analisaria o pedido para que Lula retomasse a
campanha sob a alegação de que o processo ainda estava em responsabilidade do
TSE. Por isso, os advogados pedem que Rosa Weber conceda ao ex-presidente o
direito de aguardar até o fim do prazo geral para a substituição de candidatos,
17 de setembro, para buscar ao longo dos próximos dias que o caso vá a votação
no plenário do STF.
“O
pedido aqui deduzido não estende o efeito suspensivo necessariamente até 17 de
setembro. O pedido do efeito suspensivo está apenas até a decisão do plenário
do Supremo (em decisão sumário ou final no RE ou no efeito suspensivo no RE).
Tal decisão pode se dar a partir de quarta-feira, dia 12 de setembro. Um dia
não pode enterrar viva (sub judice) uma candidatura que tem 40% das intenções
de votos nas pesquisas”, diz o texto, assinado pelos advogados Luiz Fernando
Casagrande Pereira, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro e Fernando Gaspar
Neisser.
Importante
observar que o pedido mostra uma divergência de método entre os defensores de
Lula na esfera eleitoral e criminal. Enquanto os primeiros apostam na matéria
constitucional e querem ver a candidatura sendo decidida pelo Plenário, os
demais, chefiados pelos advogados Cristiano Zanin Martins e José Roberto
Batochio, apostam em tentar levar o caso para a Segunda Turma do STF.
Admissibilidade
Especialistas
em Direito Eleitoral ouvidos por VEJA consideraram regular o pedido feito ao
TSE. “É o prazo geral dado a todos para a substituição das candidaturas. Apesar
da decisão do Plenário do TSE, me parece natural que o PT também tenha até o
dia 17 para substituir o seu candidato”, afirmou o advogado Renato Ribeiro de
Almeida, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político.
No
sábado, às 23h59, se esgotou o prazo para que os autores de pedidos de
impugnação da candidatura de Lula se manifestassem contra o mérito do recurso
do petista. Rebateram as alegações da defesa a Procuradoria-Geral Eleitoral
(PGE), a coligação “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” (PSL e PRTB, do
candidato Jair Bolsonaro), o Partido Novo, os candidatos a deputado federal
Alexandre Frota (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) e os advogados Júlio César
Martins Casarin, Marco Vinícius Pereira de Carvalho e Diego Pereira Jacques.
Superada
esta etapa, a ministra Rosa Weber poderá, a partir de domingo (09/09), fazer o
“juízo de admissibilidade”, isto é, decidir se o recurso de Lula é plausível de
ser encaminhado ao STF. Caso ela opte por autorizar que o recurso prossiga para
o Supremo, Rosa pode avaliar a necessidade de suspender o prazo dado pelo TSE,
a fim de que haja tempo hábil para que o julgamento do caso.
Não
há sessão do colegiado marcada para segunda ou terça-feira. Na quarta, está
prevista a retomada do julgamento sobre a legalidade do ensino domiciliar no
Brasil. E na quinta, as posses dos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux como novos
presidente e vice-presidente da Corte.
Se
optar pela não admissibilidade para o Supremo, a ministra deve praticamente
encerrar a questão sobre a candidatura de Lula. Ainda seria possível questionar
a decisão no próprio STF, mas dificilmente haveria tempo até o prazo do dia 11.
Em um caminho intermediário, se Rosa reconhecer a ida do caso para o Tribunal,
mas não suspender o período dado pelo TSE, a palavra final tende a ser o
relator do caso no Supremo, provavelmente o ministro Celso de Mello, já que ele
já julgou um outro recurso sobre o mesmo processo.
Reunião
Em
paralelo aos trâmites judiciais, Fernando Haddad visitará Lula na carceragem da
Polícia Federal em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril, na
manhã de segunda-feira. A expectativa é que, diante da situação de momento,
quanto a prazos e recursos possíveis, Haddad e o ex-presidente tomem uma
decisão sobre o futuro da candidatura e a eventual substituição.
É
público e notório que o PT está promovendo chicana e tentando a desmoralização
total da Justiça brasileira, a cada recurso negado surgem mais objetivando
manter sempre ocupada a justiça e dando prazos para o réu continuar dando as
cartas direto da detenção que já se transformou em seu QG de campanha.
(Com
a VEJA online)
Domingo,
09 de setembro, 2018 ás 09:00
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