A
campanha do PT à Presidência da República declarou ter gasto 2,55 milhões de
reais na defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
condenado e preso pela Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro.
Segundo
a prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o
partido pagou 1,5 milhão de reais, ou 5,7% do total arrecadado, para o
escritório Teixeira, Martins e Advogados, que tem entre os sócios Cristiano
Zanin e Valeska Teixeira Zanin Martins.
Os
dois advogados são responsáveis pela defesa de Lula nas condenações da Lava
Jato na área criminal. Em nota, o escritório afirmou que pedirá ao PT a
retificação das informações prestadas ao TSE “uma vez que não recebeu valores
do fundo eleitoral”.
A
campanha direcionou ainda 900.000 reais para o escritório Aragão & Ferraro
Advogados Associados e 150.000 reais para a empresa Edilene Lobo Sociedade de
Advogados. Na campanha, essas duas companhias têm maior foco em questões de
direito eleitoral.
O
TSE veda o uso de recursos de campanha para a contratação de serviços de
advocacia e de contabilidade relacionados à defesa de interesses do candidato
ou do partido em processo judicial. De acordo com a Resolução 23.553/2017,
estes serviços só podem ser contratados na modalidade de consultoria de
campanha. Caso contrário, devem ser pagos pelo próprio candidato.
A
campanha de Lula tem receita declarada de 20.599.420,39 milhões de reais. A
maior parte (20 milhões) é proveniente do Fundo Eleitoral, criado para o
financiamento de campanhas. O restante vem de financiamento coletivo.
O
total gasto pela campanha até o momento foi R$ 26.210.017,42. Os principais
repasses financeiros foram para a empresa M. Romano Comunicação, que recebeu
7,48 milhões de reais, e para a Rental Locação de Bens Móveis, que cobrou 7
milhões de reais pelos serviços. O limite de despesas nas eleições 2018 para
presidente é de 70 milhões de reais e, em caso de segundo turno, de mais 35
milhões de reais.
Até
agora, a campanha de Lula foi a que declarou os maiores gastos com advogados,
quase seis vezes o total das quantias reportadas por seus adversários. Quem
mais se aproxima é Guilherme Boulos, que afirmou ter pago 225 mil reais a um
escritório de advocacia.
Henrique
Meirelles (MDB) declarou 95 mil reais com este tipo de despesa; Jair Bolsonaro
(PSL), 50 mil; Ciro Gomes (PDT), 40 mil reais; Alvaro Dias (Podemos), 15 mil
reais; e João Goulart Filho (PPL), 2,5 mil reais. Os outros candidatos não
declararam este tipo de gasto até o momento.
(Com
Estadão Conteúdo)
Terça-feira,
18 de setembro, 2018 ás 19:00
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