Quem
mandou a Justiça Eleitoral acocorar-se no último minuto da prorrogação
permitindo que partido sem candidato a presidente da República possa dispor de
propaganda eleitoral no rádio e na televisão para exaltar um candidato cujo
pedido de registro ela mesma negou?
Bem
feito! O PT, cujo advogado havia garantindo que jamais procederia assim, usou
seu tempo, ontem, no rádio, na televisão e nas ruas para bater fortemente na
Justiça e denunciar mais um suposto golpe sofrido pelo encarcerado de Curitiba.
Em
sessão aberta, transmitida pela televisão, o Tribunal Superior Eleitoral negou
o registro da candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa sancionada por
ele quando era presidente da República. Depois, em sessão fechada, permitiu ao
PT usar o tempo de propaganda do candidato que não tem.
Extraordinário
é que a maioria dos sete ministros havia aprovado a suspensão do programa de
televisão do PT enquanto ele não escolhesse um novo candidato. Pois não é que
voltou atrás? E sem sequer oferecer uma explicação? Talvez por que explicação
alguma fosse convincente.
Qual
foi a aposta da toga? A plebe ignara com gosto de sangue na boca contra o PT
ficaria para lá de satisfeita com a recusa ao pedido de registro da candidatura
de Lula. Não ligaria para o resto, ora. O resto era bobagem. Nada que manchasse
a imagem de uma Justiça boazinha, indolente e ibérica.
Não
digo que a malandragem jurídica (ou política) bateu no teto uma vez que por
aqui o teto da malandragem sempre pode ser mais alto. Mas que foi notável a lambança
promovida pelas togas, três delas com assento no Supremo Tribunal Federal, lá
isso foi, sim senhor.
Por
Ricardo Noblat/VEJA
Domingo,
2 de setembro, 2018 ás 07:00
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