A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou terça-feira (18/9) que
irá pedir o ressarcimento dos cofres públicos pelo dinheiro gasto em campanha
pelo PT durante o período em que o ex-presidente Lula foi cabeça de chapa.
Em
seu balanço de um ano de gestão, Dodge, que é também procuradora-geral
eleitoral, afirmou que o entendimento do Ministério Público é de que devem ser
devolvidos valores do fundo eleitoral utilizados por candidato inelegível.
“O
momento de se fazer isso ainda está em cursos, porque o prazo para essa
prestação de contas ainda está em curso, e é nesse momento que atua o
Ministério Público Eleitoral. O que é necessário é o ressarcimento dos cofres
públicos do dinheiro do fundo de campanha utilizado por candidato inelegível”, disse.
A
PGR divulgou terça-feira (18/9) balanço do primeiro ano de gestão da
procuradora-geral. De acordo com os números, foram apresentadas 46 denúncias ao
STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça), e 164
arquivamentos.
Das
denúncias, apenas quatro foram no âmbito da Operação Lava Jato. No total, foram
mais de 19 mil manifestações
Dodge
defendeu o alto número de arquivamentos, afirmando que todos estão
fundamentados e não prejudicam a Lava Jato. De acordo com ela, cerca de um
terço dos inquéritos tiveram o arquivamento promovido por prescrição dos
crimes. Outras foram arquivadas por fragilidade de prova, afirmou.
“É
um ato de depuração”, afirmou Dodge. “Temos interesses de continuar com um
acervo de casos abertos cuja persecução penal tenha viabilidade. ”
A
PGR não divulgou dados de acordos de delação premiada firmados na gestão de
Dodge. A procuradora-geral afirma que não houve diminuição do número de acordos
firmados em sua gestão.
Segundo
ela, os dados não foram divulgados porque os acordos de delação premiada estão
em sigilo.
Questionada
sobre se a disponibilização dos números de acordo feriria o sigilo, a
procuradora-geral afirmou se tratar de “opção de comunicação”.
“Acho
que não fere a identidade, mas o capítulo nosso que trataria desse assunto
ficaria muito enxuto se eu apenas publicasse os dados”, afirmou.
Ela
defendeu ainda o uso da urna eletrônica, e disse que não há motivos para
suspeitar que elas possam ser fraudadas. “É um sistema que já foi testado em
várias eleições, cuja confiabilidade não foi até o momento negada por nenhum
teste”, disse.
(Angela
Boldrini / FolhaPress)
Terça-feira,
18 de setembro, 2018 ás 18:00
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