A
arrecadação líquida do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que envolve
os trabalhadores da iniciativa privada, caiu R$ 1,95 bilhão no bimestre
encerrado em agosto. A informação foi confirmada sexta-feira (21/9) durante a
apresentação do Relatório de Receitas e Despesas do governo federal. No acumulado
do ano, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, a
frustração de receitas para o setor está em cerca de R$ 15 bilhões.
“Houve
mais uma queda da receita do RGPS. Isso aconteceu em todos os bimestres do
ano”, afirmou. A previsão inicial de arrecadação da Previdência era de R$ 405
bilhões, mas as atuais projeções do governo indicam receitas na faixa de R$ 390
bilhões.
De
acordo com o secretário, o resultado abaixo do esperado está relacionado à
lenta recuperação do emprego formal no país. “Isso se reflete na [queda] da
massa salarial e consequentemente na arrecadação da Previdência”, explicou. A
taxa de desemprego, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em agosto pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrange 12,3% da população
economicamente ativa, volume 0,6% menor do que o apurado em março. O número
representa um contingente de 12,9 milhões de pessoas sem trabalho no país.
Apesar
da queda na arrecadação de recursos da Previdência, houve aumento de R$ 3,9
bilhões nas receitas totais das União no quarto bimestre do ano (julho/agosto)
em relação ao bimestre anterior (maio/junho). O aumento da arrecadação
combinada com a redução no pagamento de despesas obrigatórias vai permitir que
o governo libere mais R$ 4,12 bilhões para ministérios e outros órgãos públicos
sem ultrapassar o limite de teto de gastos.
Do
lado das despesas, houve redução de R$ 1,1 bilhão em pagamentos de benefícios
previdenciários nos dois últimos meses. Segundo estimativas apresentadas pelo
secretário de Orçamento Federal, George Soares, em cerca de dois anos, o
governo já conseguiu economizar R$ 10 bilhões em pagamentos de benefícios
irregulares da Previdência Social.
“Houve
um esforço de fazer a reavaliação desses benefícios, como revisão de cadastros,
mutirão de médicos peritos para revisão de auxílio-doenças. Em termos
acumulados, já rendeu algo em torno de R$ 10 bilhões”, afirmou. Apesar da
economia, ressaltou Soares, o corte de benefícios irregulares ocorre na margem
dos gastos previdenciários e não resolve o problema do setor, que, no ano
passado, de acordo com o próprio governo, registrou déficit nominal de R$ 182,4
bilhões, crescimento de 21,8% em relação a 2016.
Mais recursos
Em
relação à disponibilização de mais R$ 4,12 bilhões para despesas de
ministérios, a equipe econômica do governo afirmou que fará uma triagem, na
semana que vem, para definir as áreas prioritárias que receberão recursos. A
demanda atual entre todas as pastas é de cerca de R$ 6,7 bilhões.
Serão
priorizados, segundo o secretário de Orçamento Federal, os pagamentos de obras
em estágio avançado, contratos de manutenção de ministérios e compromissos
internacionais do país. (ABr)
Sexta-feira,
21 de setembro, 2018 ás 19:00
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