G1 =
Partido enfrenta problemas em várias capitais; em Porto Alegre, desprezou
a favorita Manuela D'Ávila (PCdoB); em São Paulo, Haddad não decola; em
Curitiba, Gustavo Fruet, critico feroz do mensalão, terá que explicar apoio do
PT; João Paulo é o réu candidato em Osasco (SP), enquanto Humberto Costa terá
que cicatrizar feridas no Recife
A expectativa era tão boa que o PT começou a
despertar ciúmes do PMDB. Ao saber que os petistas ambicionavam fazer frente
aos peemedebistas em número de prefeituras no País, parlamentares do PMDB
chegaram a entregar ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), um
manifesto contra o PT e a possibilidade de o partido se valer da máquina
pública para suplantá-lo nas eleições municipais deste ano – em 2008, o PMDB
emplacou 1,2 mil prefeitos, mais da metade dos 558 do PT. Mas, com o
agendamento do julgamento do mensalão para o início do segundo semestre, a maré
parece estar mudando para o PT – e com a ajuda dos próprios petistas.
O agendamento do mensalão para agosto na
pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) assustou dirigentes do partido, que
reconhecem: ele irá interferir diretamente nas eleições municipais deste ano,
pois os votos dos ministros do STF devem coincidir com o início da propaganda
eleitoral gratuita no rádio e na televisão, e o esquema será usado pelos
adversários contra os candidatos petistas.
No caso do deputado federal João Paulo Cunha,
pré-candidato do PT em Osasco e um dos 38 réus do mensalão, a influência do
julgamento neste momento é mais evidente, mas o agendamento do tema na pauta do
STF também causa constrangimento em Curitiba, onde o PT apoia o pré-candidato
do PDT, Gustavo Fruet, ex-tucano que teve desempenho destacado na CPI dos
Correios (foi sub-relator de movimentações financeiras), que acabou
desembocando na revelação do esquema do mensalão.
Apadrinhado pelo ex-presidente Lula, o
candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, também dificilmente
escapará de críticas por conta do mensalão na campanha deste ano. Mas, no caso
dele, a dificuldade se amplifica pela natural implicância da (potencial
'puxadora' de votos) senadora Marta Suplicy à candidatura imposta por Lula.
Sem
pretender aumentar o constrangimento no PT paulistano, a senadora disse que sua
ausência no lançamento da pré-candidatura de Haddad, no último sábado, falou
tudo o que ela tinha para dizer sobre o descarte de seus 29% de intenção de
voto na disputa municipal.
Recife
Desentendimento internos do partido também
impuseram dificuldades á campanha petista no Recife, onde o prefeito João da
Costa foi alijado da disputa para dar lugar ao senador Humberto Costa, tudo para
conseguir o apoio do PSB do governador Eduardo Campos para Haddad, em São
Paulo. Agora, os petistas se perguntam: como Humberto Costa poderá defender a
gestão de João da Costa se nem o PT demonstra confiar no atual prefeito da
capital pernambucana?
Desentendimentos internos também enchem de
perguntas o desempenho do PT na sucessão de Belo Horizonte, onde o
vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) rompeu com o prefeito Márcio Lacerda (PSB)
e passou a pleitear candidatura própria. O partido decide no domingo qual será
o vice para a eleição de Lacerda, mas está dividido. Também por questões
partidárias, o PT deve ficar fora da próxima prefeitura de Porto Alegre, onde
os petistas ignoraram os mais de 30% de intenções de voto da aliada Manuela
D'Ávila (PCdoB) para lançar candidatura própria com Adão Villaverde, ainda
inexpressivo na disputa, que também envolve o atual prefeito, José Fortunati
(PDT).
É bem provável que o comando da máquina
federal e a popularidade da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula
contribuam para que o PT aumente a quantidade de prefeituras governadas pelo
país neste ano, mas a tarefa já pareceu mais simples.
Quinta – feira 07/6/2012
às 19:31h
Postado pelo Editor.
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