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Segundo
presidente da comissão, Paulo Teixeira, informações de Santiago mostram ligação
do governador de GO com o bicheiro Cachoeira
O depoimento do empresário Walter Paulo Santiago
nesta terça-feira à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do
Cachoeira pode ser um complicador para o governador de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB), que tem depoimento marcado na comissão na próxima terça-feira (12), na
avaliação do presidente em exercício da comissão, deputado Paulo Teixeira
(PT-SP).
De acordo com o deputado, o empresário deixou
a impressão de existir uma "relação muito próxima" entre o empresário
Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o governador.
"O que mostra é que todos esses entes
[Santiago, Cachoeira e Perillo] estão muito ligados. O depoimento dele [de
Santiago] deixou uma situação muito complicada para o governador
responder", disse o presidente após a reunião.
A investigação sobre a venda de uma casa de
Perilllo para Cachoeira é o fio da meada para que a comissão possa chegar a uma
conclusão sobre o envolvimento do governador com Cachoeira, preso sob a
acusação de liderar uma organização criminosa envolvendo políticos e
empresários.
Apontado pela Polícia Federal como
"laranja" do empresário Carlinhos Cachoeira, o empresário Walter
Paulo Santiago informou que pagou R$ 1,4 milhão pela casa do governador.
Essa pagamento, de acordo com o empresário,
foi feito em dinheiro. A informação contrasta com a anteriormente prestada por
Perillo e por seu assessor Wladimir Garcez, que informaram que o pagamento foi
feito em cheques. "Parece que temos dois pagamentos pela mesma casa. Isso
o governador terá que explicar", disse Paulo Teixeira.
A atuação de Santiago no negócio ocorreu em
nome da empresa Mestra, da qual ele se apresentou como administrador. Santiago
disse aos membros da CPMI que a Mestra existia apenas para fins de "fazer
negócios". A Mestra, constituída em 2006, é a proprietária legal da casa
na qual Carlinhos Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro.
O capital declarado da empresa, de acordo com
Santiago, é de R$ 20 mil. A empresa, de acordo com Santiago, serviu apenas para
dois negócios: a compra de um terreno, no valor de R$ 120 mil, e para a compra
da casa do governador.
Mesmo sendo adquirida pela Mestra, o
verdadeiro morador era Cachoeira, que teria arcado inclusive com o pagamento
das dívidas de impostos da casa. Durante o depoimento, Santiago disse que não
sabia que Cachoeira arcou com as despesas do imóvel, apesar de ser ele o
morador.
Ao ser informado disso pelos senadores,
Santiago disse: "Se ele pagou eu não sei, mas se ele pagou, foi pouco,
porque ele morou lá sete meses. Então, se ele pagou o IPTU foi pouco. Eu
deveria cobrar dele o aluguel. Ele deveria deixar pago também o
condomínio".
Outro ponto obscuro do depoimento, na opinião
de Paulo Teixeira, foi referente à compra de títulos do Jockey Club de Goiânia,
que Santiago não deu detalhes suficientes para que os deputados e senadores
entendessem a negociação. O clube manteve um contrato de comodato com a
Faculdade Padrão, empresa de Santiago, que desagradou alguns sócios.
A suspeita é que, diante do incômodo,
Cachoeira teria comprado o título de muitos sócios para impedir o fim do
contrato. Na opinião dos deputados, o esclarecimento dessa compra poderá
contribuir para caracterizar a ligação de Cachoeira com a faculdade.
Terça -feira 5/6/2012 ás 18:05h
Postado pelo Editor
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