O
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse quinta-feira (29/11) que não
pretende colocar o Exército para combater criminosos se houver risco de punição
a militares que atirarem contra bandidos. A declaração foi feita em um quiosque
na orla da praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, próximo à entrada de
seu condomínio. Bolsonaro voltava de um evento na Vila Militar, mas parou para
tomar uma água de coco e foi questionado por jornalistas sobre o futuro da
intervenção federal na segurança pública do estado fluminense.
"Não
é possível você pegar um garoto de 20 anos de idade, servindo as Forças
Armadas, engajado, e, havendo um confronto, você submetê-lo a uma auditoria
militar para pegar 30 anos de cadeia. Isso é inadmissível", disse.
Conforme
o decreto em vigor, a intervenção federal na segurança pública do Rio de
Janeiro deverá se encerrar em dezembro. Uma eventual prorrogação dependeria de
um novo decreto a ser assinado por Bolsonaro após sua posse. Ontem, o senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que a intervenção no Rio não continuará
em 2019. Ele disse preferir recorrer a operações de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO), quando as Forças Armadas são acionadas pelo presidente para manter a
segurança pública no território nacional.
"Não
colocarei minha tropa na rua sem retaguarda jurídica. Não quero visitar soldado
humilde, com 20 anos de idade, na cadeia por ter atirado em um bandido. E isso
passa pelo parlamento brasileiro", disse.
O
presidente eleito disse ainda que policiais civis e militares estão correndo
risco de vida. "Estamos enfrentando bandidos fortemente armados. Temos que
ter retaguarda jurídica, porque o policial civil e militar tem família, tem
responsabilidades. Ao raciocinar se vai atirar ou não no bandido, há um lapso
de tempo que pode significar a vida dele ou 30 anos de cadeia. Não queremos
mais isso. Bandido armado na rua pode atirar e a responsabilidade é do
presidente da República".
Bolsonaro
também confirmou que estará em São Paulo no domingo (2) para assistir a partida
entre Palmeiras e Vitória pela última rodada do campeonato brasileiro. Ele
recebeu um convite da diretoria do clube paulista. "O Palmeiras já é
campeão e o Vitória está rebaixado. Então é um jogo de compadres". (ABr)
Quinta-feira,
29 de novembro, 2018 ás 18:00
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