O
plenário da Câmara dos Deputados aprovou quarta-feira (21/11), por 301 votos a
33 e duas abstenções, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 549/18, que mantém o
uso dos coeficientes de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) do exercício de 2018 para a divisão em 2019, até que os dados para o
cálculo sejam atualizados a partir do novo censo demográfico, previsto para
2020. A matéria segue para apreciação do Senado.
O
repasse do FPM é uma transferência obrigatória da União aos municípios,
prevista na Constituição Federal. É a segunda maior transferência
constitucional, perdendo apenas para o repasse do ICMS dos estados para os
municípios. Pela Carta Magna, devem ser destinados ao FPM um total de 24,5% da
arrecadação, pela União, dos impostos sobre renda (IR) e sobre produtos
industrializados (IPI).
Do
total, 10% do fundo vão para as capitais, levando em consideração o tamanho da
população e o inverso da renda per capita estadual. Já 86,4% são distribuídos
para os demais municípios (não-capitais), partilhados conforme o coeficiente de
participação fixado a partir da quantidade de habitantes de cada município. Já
o restante, a reserva de 3,6%, tem por objetivo evitar que o fundo tenha o viés
em favor dos municípios com menor população. De acordo com a justificativa do
PLP, participam dessa reserva cidades com142.633 habitantes ou mais, porém
essas localidades também são beneficiárias da parcela de 86,4%. A distribuição
é feita conforme os critérios usados pelo fundo para as capitais.
De
acordo com o relator, deputado Arthur Lira (PP-AL), dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a estimativa
populacional para 2019 aponta para quedas no número de habitantes em 2.933
municípios (52,7%) em comparação com o ano anterior. Desse total, 135 tiveram
redução no coeficiente para o repasse do FPM. A Bahia é o estado com o maior
número de reduções (56).
No
entanto, outros 105 municípios receberão mais recursos do fundo, já que o total
a ser repartido não muda em razão da flutuação da população entre as cidades.
Nesse caso, o estado de São Paulo tem 15 municípios com ganhos. O Rio Grande do
Sul tem 14 com previsão de mais recursos, Pará tem 13 e o Rio de Janeiro, 11.
O
cálculo considera duas variáveis: as populações de cada município brasileiro e
a renda per capita de cada estado. Ambas as variáveis são calculadas e
divulgadas pelo IBGE. A estimativa da população dos estados e municípios é
divulgada até o dia 31 de outubro de cada exercício. (ABr)
Quarta-feira,
21 de novembro, 2018 ás 22:30
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