Na
busca por maneiras de equilibrar as contas públicas do governo, técnicos da
área econômica e futuros ministros da equipe de transição de Jair Bolsonaro
apresentam propostas para enfrentar o desafio.
Um
dos pontos da discussão é tentar aprovar alguma mudança na Previdência ainda
este ano. Para driblar a resistência do Congresso Nacional, um dos caminhos
cogitados é mexer nas regras para aposentadoria sem alterar a Constituição.
Entre as possibilidades, está propor a reforma por meio de projeto de lei, sem
emenda constitucional.
O
advogado de Direito Constitucional Rui Fragoso explica que essa medida é viável
diante da diferença de quórum para aprovar os tipos de projetos no Congresso.
“Projeto
de lei precisa de um número menor de parlamentares apoiando para que sejam
aprovados no Congresso Nacional. Já uma proposta mais ampla, como se faz
necessário, embora alguns segmentos tenham resistência, essa proposta de emenda
constitucional depende de um quórum mais alto de parlamentares. É uma
quantidade de votos muito difícil de ser conquistada, quer agora, quer no
futuro. Então a ideia é se levar uma chamada proposta mais light.”
Para
aprovar uma proposta de emenda à Constituição são necessários os votos
favoráveis de 3/5 de todos os membros de cada casa do Congresso Nacional, em
dois turnos de votação. Na Câmara, por exemplo, é preciso que 308 deputados
votem a favor.
Já
a aprovação de um projeto de lei complementar, apesar de passar por dois turnos
de votação, depende apenas de votos favoráveis da maioria absoluta dos
deputados, o que reduz o número para 257 parlamentares na Câmara, por exemplo.
Para
o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, a reforma precisa ser
aprovada de qualquer jeito. Caso contrário, as contas do governo continuarão no
vermelho.
“Se
conseguir fazer algo este ano, ótimo. Mas se não conseguir, não é o fim do
mundo. O importante é aprovar no próximo ano, porque sem aprovar a reforma da
Previdência, não haverá ajuste fiscal no Brasil.”
Essa
alternativa da equipe de transição de tentar aprovar a reforma da Previdência
sem modificar a Constituição evita, inclusive, que a intervenção federal na
segurança do Rio de Janeiro seja suspensa, já que não é possível votar propostas
que alterem a Carta Magna enquanto o decreto estiver em vigor. (Agência do
Rádio)
Sábado,
10 de novembro, 2018 ás 00:05
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