O
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), admitiu quarta-feira (7/11) a
possibilidade de manter o status de ministério da CGU (Controladoria-Geral da
União). Inicialmente, a equipe do capitão reformado estudava a junção da pasta
à Justiça, que será assumida pelo juiz da Lava Jato, Sergio Moro.
“Já
demos um passo e talvez seja mantido o status de ministério [da CGU]. Mas não é
pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar realmente resultado.
Talvez tenhamos que manter a Controladoria com status de ministério”, afirmou
ao deixar um encontro na manhã desta quarta com dirigentes da Aeronáutica.
Trata-se
de novo recuo de Bolsonaro sobre a composição de seu governo. Antes do período
eleitoral começar, ele prometeu reduzir a estrutura atual da Esplanada, de 29
ministérios, à quase metade, 15. Ainda durante a campanha, ele admitiu subir o
número de pastas para 16, depois do segundo turno, para 17 e, agora, já
reconhece que pode contar com 18.
“Pode
aumentar. O que nós temos que ter são os ministérios, são esses órgãos todos
funcionando, sem interferência política”, afirmou.
Bolsonaro
vem enfrentando dificuldades para manter as fusões anunciadas em vários dos
ministérios, caso de Agricultura e Meio Ambiente. A junção das duas pastas foi
alvo de críticas tanto por parte de ambientalistas quanto de ruralistas.
Outro
ponto que causa divergências inclusive na equipe que compõe seu núcleo duro é a
união do MDIC (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior) à Economia,
pasta que será assumida por Paulo Guedes.
“Deu
confusão aí Ministério do Meio Ambiente e Agricultura. O que não pode é
continuar tendo a briga que sempre teve entre eles. Isso que não pode continuar
acontecendo. Queremos preservar o meio ambiente, sem problema nenhum, mas não
pode ter esse atrito”, afirmou.
O
presidente eleito, contudo, defendeu que Moro tenha uma estrutura ampliada na
Justiça.
“O
que nós queremos para o Sergio Moro é todos os meios para que ele possa cumprir
100% da missão de combater a corrupção e o crime organizado”, disse. Ele voltou
a dizer que é importante, para isso, parte do Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras) deixar de ser subordinada à Fazenda e passar a ser
administrada pela Justiça.
“Um
braço do Coaf tem que estar dentro da Justiça para ele [Moro] ter em tempo real
informações do que está acontecendo porque sem seguir o dinheiro, não tem como
combater o crime organizado.”
O
governo de Michel Temer já pensou em retirar da CGU o status de ministério, mas
acabou recuando após críticas. O emedebista alterou então o nome para
Ministério da Transparência e CGU
Apoio
Bolsonaro
disse ver com bons olhos o aceno feito pelo MDB em direção a seu governo.
“É
bem-vindo, é lógico que é bem-vindo. Nós estamos formando um ministério
bastante técnico. Acho que os cinco nomes apresentados até agora dificilmente
alguém tem uma reclamação, um senão contra eles. Todos são pessoas extremamente
competentes”, afirmou
Questionado
sobre a possível candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para
presidência do Senado, Bolsonaro não quis responder.
“O
presidente não interfere nas eleições da Câmara e do Senado. ”
Na
terça, o senador do MDB afirmou ter pautas econômicas em comum com o governo do
capitão reformado e evitou posicionar-se como opositor da nova gestão. (FolhaPress)
Quarta-feira,
07 de novembro, 2018 ás 15:00
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