O
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) deu entrevista à imprensa após o juiz
Sérgio Moro aceitar seu convite para comandar o Ministério da Justiça que, no
governo Bolsonaro, reunirá ainda a área de Segurança Pública, a
Controladoria-Geral da União (CGU) e Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf).
“Ele
falou o que gostaria de fazer lá dentro e queria meios e liberdade para
perseguir uma agenda para combate efetivo da corrupção e do crime organizado,
obviamente ao lado da Constituição e das leis”, afirmou.
Bolsonaro
comentou ainda sobre o futuro da Operação Lava Jato após a saída de Moro. “Ele
disse que a Lava Jato não será esquecida, até porque bons juízes temos no
Brasil todo, e em especial em Curitiba, que acompanha esse caso. Ele agora não
vai combater a corrupção só no âmbito da Lava Jato, mas no âmbito de todo o
Brasil.” A operação deve ser comandada temporariamente pela juíza Gabriela
Hardt, que hoje atua como substituta da 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná.
Para
Bolsonaro, a nomeação de Moro como chefe do Ministério da Justiça “quem ganha
não é o governo Jair Bolsonaro, mas o Brasil com essa agenda extremamente
positiva com um nome de peso, de uma pessoa que por si só com seu trabalho
demostrou ao povo brasileiro que é possível sim combater um dos maiores males
que temos na nossa nação, que é a corrupção. ”
Moro
terá liberdade para escolher nomes como o chefe da Polícia Federal e outros que
tratarão de questões da segurança pública, assunto que no governo Bolsonaro
será de responsabilidade do Ministério da Justiça. “Obviamente [segurança
pública] não é uma especialidade dele, mas bem assessorado e com a inteligência
que lhe é peculiar, ele tomará as decisões adequadas para essa área”, disse
Bolsonaro.
O
futuro ministro participará do processo de transição do novo governo, de acordo
com o presidente eleito. Na próxima semana, Moro deve começar a ir atrás de
nomes para compor a pasta.
Na
nota divulgada pelo juiz, Moro afirma ter tomado a decisão com “pesar” por ter
que abandonar 22 anos de magistratura. À imprensa, Bolsonaro reconheceu o peso
da decisão do magistrado, mas afirmou que o brasileiro deve passar a admirá-lo
mais após o anúncio.
“Eu
o vi como se fosse um jovem universitário recebendo seu diploma. Ele está com
muita vontade de levar avante a sua agenda. Isso me deixou muito feliz, porque
afinal de contas o que mais aflige a população brasileira é a questão da
corrupção. Ele agora atacará de forma global no Brasil e não apenas dentro da
Lava Jato”, concluiu. (DP)
Quinta-feira,
01 de novembro, 2018 ás 14:00
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