Um
coquetel de recepção no Itamaraty e não um banquete, além de desfile em carro
aberto, com a primeira dama Michelle, no tradicional Rolls Royce, são algumas
definições tomadas na última semana para a posse do presidente eleito Jair
Bolsonaro, em 1º de janeiro. Só a chuva, comum nessa data em Brasília, poderá
mudar esses planos. Também foi retirada da programação a cerimônia ecumênica,
que inicialmente surgiu entre as possibilidades.
Pelo
roteiro desenhado para a posse, o futuro vice-presidente da República, general
Hamilton Mourão e a mulher Paula Mourão também farão em carro conversível o
percurso entre a Catedral e o Congresso onde, na primeira parte da cerimônia,
serão empossados e, depois, do Congresso ao Palácio do Planalto. Só a última
etapa, do Planalto ao Itamaraty, deverá ser feita em carro fechado.
Apesar
de não fazer parte do protocolo da posse, definido em decreto de 1972, a
realização de uma cerimônia religiosa ecumênica chegou a ser discutida, mas nas
últimas semanas foi descartada pela condição de saúde do presidente eleito.
Na
data da posse, Bolsonaro estará se recuperando da cirurgia que fará para a
retirada da bolsa de colostomia, colocada na área externa do abdômen. A
expectativa é de que a operação ocorra 15 dias antes da posse e, por isso, ele
estará se recuperando. Caso a retirada da bolsa não seja possível, os cuidados
com o presidente eleito terão que ser ainda maiores.
Segurança
Apesar
da preocupação extrema com a segurança de Bolsonaro, ele tem dado sinais de
querer estar próximo de populares. Prova disso foi a mudança de planos na
primeira solenidade que participou depois de eleito, a comemoração dos 30 anos
da Constituição Federal, no Congresso Nacional. Na ocasião, a segurança estava
toda preparada para que ele deixasse o plenário da Câmara por uma saída
alternativa, mas ele preferiu sair pelo Salão Verde, onde acenou para
servidores e colegas parlamentares.
Na
última semana, ao visitar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior
Tribunal Militar (STM), Bolsonaro parou para cumprimentar e tirar fotos com
servidores que o aguardavam. Nos últimos dias, no Rio de Janeiro, o presidente
eleito deixou o condomínio onde mora para ir a um caixa eletrônico sacar
dinheiro.
Curiosos
Quem
quiser assistir ao evento de perto deverá ter uma vista mais privilegiada do
presidente eleito da Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.
De lá, eleitores e simpatizantes de Bolsonaro poderão assistir à transmissão de
faixa e ao discurso que ele fará no Parlatório.
Ainda
no Palácio do Planalto, a parte restrita será o “beija mão”, quando presidente,
vice-presidente e suas respectivas esposas recebem os cumprimentos de
autoridades nacionais e internacionais. Ainda na sede do Executivo, Bolsonaro
dará posse aos seus ministros.
Quem
optar por ficar na Esplanada dos Ministérios, além da apresentação da
Esquadrilha da Fumaça terá que se contentar em ver Bolsonaro rapidamente
passando de carro, já que ali a concentração de populares ficará restrita ao
imenso gramado atrás da chamada Praça das Bandeiras até a Catedral, sem sistema
de som ou telões.
A
exemplo do que é feito quando há manifestações na Esplanada, a população será
revistada pela Polícia Militar e objetos como mastros de bandeiras, máscaras,
armas, objetos perfurocortantes, explosivos, fogos de artifício, entre outros,
serão apreendidos.
Chefes de estado
Na
complexidade da organização de uma posse presidencial, alguns detalhes
anunciados essa semana, como a definição do diplomata Ernesto Araújo como
futuro ministro das Relações Exteriores, são fundamentais para os próximos
passos do evento.
“É
a partir de uma conversa com ele que serão definidos que chefes de estado serão
convidados para a posse”, disse uma fonte. Tradicionalmente, os líderes dos
países que têm relações diplomáticas com o Brasil são convidados, mas diante de
recentes manifestações de Bolsonaro, há dúvidas se líderes como Nicolás Maduro
(Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), por exemplo, seriam convidados.
O
professor Alcides Costa Vaz, do Instituto de Relações Institucionais da
Universidade de Brasília, avalia que as divergências ideológicas não devem se
sobrepor à gentileza de envio de um convite, por exemplo. “A diplomacia vive de
sinais. Não enviar convite seria um sinal de há um problema, um desconforto,
algo grave de desentendimento instalado. ”
Para
o professor, essa possibilidade é algo a ser evitado, pois como “dono da festa”
o presidente eleito tem essa prerrogativa, mesmo que, na prática, isso possa
ser um grande constrangimento.
Convites
Com
a definição do horário da posse para às 15h, os convites estão em processo de
confecção e devem ser entregues a partir do dia 1º de dezembro. Boa parte deve
ser entregue em mãos, o que não for possível, será enviado via Sedex.
Somente
para a cerimônia de posse no Congresso Nacional, serão distribuídos 2 mil
convites. Para a recepção no Itamaraty, são previstos outros mil convidados. Na
lista estão autoridades de primeiro escalão do governo, militares de alta
patente, chefes de estado, diplomatas, parlamentares e governadores eleitos ou
reeleitos de estados. A expectativa é de que 60 delegações estrangeiras
prestigiem a posse. (ABr)
Sexta-feira,
16 de novembro, 2018 ás 18:00
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