O
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez terça-feira (27/11), uma série de
consultas para definir o nome que vai chefiar o Ministério do Meio Ambiente. Em
entrevista coletiva, ele disse que pretende anunciar a escolha ainda nesta
quarta-feira, 28. Entre os cotados está o advogado Ricardo Salles, de 43 anos.
Um dos criadores do Movimento Endireita Brasil (MEB), Salles foi secretário de
Meio Ambiente de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e este ano
concorreu a deputado federal pelo Novo, mas não se elegeu.
Antes
de Salles, a preferência para ocupar a pasta era pelo doutor em ecologia
Evaristo de Miranda, diretor da Embrapa, que alegou motivos pessoais para não
aceitar o convite. No início da tarde desta terça, Bolsonaro recebeu Salles no
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição.
“Por enquanto é só conversa. Não tem nada concreto”, disse o advogado à
reportagem.
O
general Augusto Heleno Ribeiro, futuro chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), telefonou para representantes do agronegócio em São Paulo
para ouvir avaliações sobre a eventuais indicações de Salles. A equipe de
Bolsonaro também cogitou o nome do engenheiro agrônomo Xico Graziano, oriundo
do PSDB paulista, que enfrenta resistências do núcleo militar do novo governo.
Desde
a fundação do movimento, Ricardo Salles provocou polêmicas com declarações
sobre ditadura militar e aborto e na defesa da pena de morte e do porte de
armas. Durante a campanha, foi repreendido pelo seu partido por apologia à
violência em uma peça de campanha. No material, ele anunciava sua candidatura
prometendo segurança no campo: “contra a praga do javali”; “contra a esquerda e
o MST” e apontava como “solução” uma caixa de munição com calibre alusivo a seu
número de campanha.
Como
secretário de Alckmin, ele teve uma gestão marcada por divergências políticas
com o PSDB. A favor do advogado, aliados de Bolsonaro disseram que ele reduziu
o número de cargos políticos, enxugando a secretaria. Antes de se candidatar
pelo Novo nas eleições deste ano, Salles tentou sem sucesso se eleger deputado
estadual em 2010 pelo PP.
Grupo de trabalho
O
diretor da Embrapa Evaristo de Miranda disse a Bolsonaro e aos futuros ministros
da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Agricultura, Tereza Cristina, que poderá
contribuir com o governo na inteligência e análise territorial. Ele é o
responsável pela criação de um grupo técnico na transição que faz uma
radiografia da estrutura dos órgãos ambientais do governo e do setor.
No
próximo dia 5 de dezembro, Miranda entregará a Bolsonaro o resultado do
trabalho feito pelo grupo “exclusivo e específico” para cuidar da área. “O
grupo trabalhou muito e vai deixar tudo digitalizado”, disse. “O que assusta é
como o dinheiro não chega aos parques e a outras áreas do meio ambiente”,
completou Miranda.
(Por
Estadão Conteúdo)
Quarta-feira,
28 de novembro, 2018 ás 09:00
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