Em
uma típica corrida para escapar da reforma da Previdência, 775,6 mil segurados
do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pediram aposentadorias por tempo
de contribuição no primeiro semestre deste ano.
O
número é 40% maior do que as 554,2 mil solicitações do benefício realizadas nos
primeiros seis meses de 2016, antes de o presidente Michel Temer (MDB) ter
enviado ao Congresso Nacional a sua proposta de mudanças nas regras.
A
tendência é que a busca pelo benefício continue alta no ano que vem,
considerando que a reforma é prioridade para o presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL).
Na
comparação com igual período de 2017, os requerimentos variaram 1%. Em 2018, as
discussões da reforma foram suspensas por causa da intervenção federal no
estado do Rio de Janeiro.
Porém,
para os trabalhadores que já têm direito à aposentadoria, antecipar o pedido ao
INSS pode trazer mais prejuízo do que trariam as eventuais mudanças nas regras
de concessão, avalia Elenice Hass de Oliveira Pedroza, secretária-geral do IBDP
(Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).
O
risco para esses segurados é o de abrir mão de uma renda consideravelmente
maior, que poderia ser obtida com alguns meses a mais de contribuição ao INSS.
“Nesse
período que começam a falar de reforma, tem muita gente que corre para se
aposentar”, diz Pedroza.
“Mas
é preciso ter calma, já que um tempo a mais trabalhando pode melhorar a
condição de renda que valerá para o resto da vida.”
A
corrida pelas aposentadorias é desnecessária, pois o trabalhador que atinge os
requisitos para receber o benefício antes da mudança nas regras tem o chamado
direito adquirido.
A
manutenção desse direito é cláusula pétrea da Constituição, ou seja, não pode
ser modificado nem mesmo por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição).
Para
aqueles que estão próximos de alcançar o direito, também vale ter calma.
Se
mudanças profundas forem aprovadas, como a criação da idade mínima, haverá um
período de transição. (FolhaPress)
Sábado,
17 de novembro, 2018 ás 12:00
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