A Organização das Nações Unidas (ONU), por
intermédio do escritório de direitos humanos da entidade, defendeu que o
governo do Brasil adote as medidas necessárias para garantir a liberdade às
manifestações no país. Em comunicado, o escritório recomendou a busca pelo
diálogo, o fim da violência na repressão aos protestos e investigações sobre os
casos de arbitrariedade.
O porta-voz do escritório de
direitos humanos das Nações Unidas, Rupert Colville, elogiou a presidenta Dilma
Rousseff por demonstrar compreender os anseios da sociedade. “Parabenizamos a
declaração da presidenta Dilma Rousseff ao afirmar que as manifestações
pacíficas são legítimas, bem como o acordo na segunda-feira [17/6] para que a
polícia de São Paulo não use balas de borracha”, disse ele.
Porém, Colville disse estar
preocupado com os relatos enviados ao escritório das Nações Unidas. Segundo
ele, há relatos sobre danos, ferimentos, prisões e detenções e arbitrariedades.
“Algumas organizações da sociedade civil têm também denunciado a arbitrariedade
de algumas dessas detenções”, ressaltou ele, em entrevista coletiva, concedida
em Genebra, na Suíça.
“Instamos todas as partes
envolvidas para que se envolvam [na busca por] um diálogo aberto para encontrar
soluções para o conflito e as alternativas para lidar com as demandas sociais
legítimas, em como para evitar mais violência”, disse Colville.
No comunicado, a ONU diz que os
protestos foram motivados pelo aumento dos preços das passagens dos transportes
públicos, pelos gastos com a Copa Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016.
“Com mais protestos planejados, estamos, contudo, preocupados com o uso excessivo
da força policial relatada nos últimos dias, [que] não deve ser repetida”, diz
o texto.
Em seguida, Colville acrescentou
que: “Apelamos ao governo do Brasil a tomar todas as medidas necessárias para
garantir o direito de reunião pacífica e evitar o uso desproporcional da força
durante os protestos. Também solicitamos às autoridades que realizem
investigações imediatas, completas, independentes e imparciais sobre o alegado
uso excessivo da força”.
Fonte:
Agência Brasil
Terça-feira 18 de junho
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